Resumo das meias-finais do UEFA Futsal EURO: Portugal marca encontro com a Rússia na final
sexta-feira, 4 fevereiro 2022
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Portugal recuperou de dois golos para bater a Espanha e marcar encontro na final de domingo com a Rússia, também vitoriosa frente à Ucrânia por 3-2.
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Portugal, actual detentor do troféu, e a Rússia, vencedora em 1999, vão tentar conquistar pela segunda vez o título do UEFA Futsal EURO na final de domingo, no Ziggo Dome, em Amesterdão, depois de ambos terem vencido os seus jogos das meias-finais, por 3-2, na capital dos Países Baixos.
A Rússia travou a recuperação da Ucrânia graças a um penálti defendido perto do fim, enquanto Portugal chegou ao intervalo a perder por 2-0, mas acabou por dar a volta na segunda parte ajudado por dois golos de Zicky. Espanha e Ucrânia iniciam a acção no domingo no confronto pelo terceiro lugar.
Caminho até à final
MEIAS-FINAIS (sexta-feira)
Ucrânia 2-3 Rússia
Portugal 3-2 Espanha
FINAL/JOGO DO 3º LUGAR (domingo)
Jogo do 3º lugar: Espanha - Ucrânia (13h30, Amesterdão)
Final: Portugal - Rússia (16h30, Amesterdão)
Horas de Portugal Continental
Portugal 3-2 Espanha
Os espanhóis adiantaram-se no marcador com apenas 17 segundos de jogo e numa altura em que os jogadores de Portugal nem sequer ainda tinham tocado no esférico, com Raúl Goméz a dar a melhor sequência à oferta de Sergio Lozano para bater André Sousa, após uma bela troca de passes depois da bola de saída.
Portugal tentou estabilizar o seu jogo após o choque provocado pelo golo madrugador e o empate esteve perto quando Pany Varela acertou duas vezes no poste na mesma jogada, no remate e na recarga. Pouco depois Tomás Paçó também não teve a sorte do seu lado e também atirou ao ferro.
A Espanha atingiu a quinta falta ainda com mais de oito minutos para jogar na etapa inicial e esperava-se por isso maior pressão e risco por parte da equipa de Jorge Braz, mas defesa espanhola mostrou-se então coesa e irrepreensível nesta fase do encontro, e foi conseguindo travar todas as investidas lusas de Zicky e companhia.
O detentor do troféu tentava reduzir desvantagem, mas uma desatenção defensiva numa reposição de bola permitiu o remate forte de Chino, de fora da área, e a Espanha passou a ganhar por 2-0. Um excelente roubo de bola permitiu a Paçó rematar com estrondo ao poste só com Didac pela frente - a bola teimava a entrar.
A selecção portuguesa manteve a pressão após o intervalo na tentativa de inverter o resultado, só que continuava perdulária na finalização perante a abnegada defesa adversária. Finalmente, Bruno Coelho deu alento às hostes lusas ao reduzir a diferença, de grande penalidade, a castigar falta de Ortiz sobre Afonso Jesus.
Logo a seguir, Zicky, pivot de 20 anos, segurou bem a bola perto da área espanhola antes de desferir um remate surpreendente à meia-volta e bater Didac. E foi novamente o jovem luso a decidir o jogo a 79 segundos do fim. Erick ganhou uma bola na sua defesa, deixou em Pauleta e este devolveu rápido para o remate cruzado de Erick que encontrou Zicky à boca da baliza para o desvio, numa jogada entre três jogadores do Sporting.
Ortiz, que estabeleceu um novo recorde de 34 jogos em fases finais, ainda esteve perto de igualar mesmo a fechar o encontro, mas Portugal segurou o triunfo e, pela primeira vez, a Espanha vai estar duas edições seguidas do Futsal EURO sem conseguir o título.
Zicky, autor de dois dos golos de Portugal: "Não podia estar mais feliz com os meus dois golos e, sobretudo, com a vitória que nos permitiu passar à a final. Esta exibição frente a uma equipa como a Espanha dá-nos uma enorme confiança para o que nos espera. É sempre bom marcar, mas o mais importante é a equipa. Todos nós trabalhámos muito para este resultado e isso é o que me deixa mais feliz. Neste tipo de partidas, qualquer erro paga-se caro e foi o que aconteceu connosco no primeiro tempo. Mas mais uma vez mostrámos a nossa união como equipa e a nossa vontade de vencer."
Pany Varela, jogador de Portugal: "Não precisamos de provar nada para ninguém. O que temos é uma ambição gigantesca e esse sentimento não nos permite desistir mesmo quando o resultado está contra nós, como aconteceu esta noite. Esse foi um dos segredos da nossa vitória, mas também a qualidade e a capacidade de fazer as coisas bem que esta equipa tem. Nunca duvidámos de que poderíamos dar a volta ao marcador. Se tivéssemos 1% de dúvida, não seria possível fazer o que fizemos."
Chino, jogador da Espanha: "É difícil de explicar. Na primeira parte jogámos como queríamos, mas na segunda o nosso nível desceu, em termos de intensidade e também defensivamente. Só temos a dar os parabéns a Portugal. Eles viraram o marcador e foram a melhor equipa na segunda parte."
Facto importante: Portugal leva agora 32 jogos oficiais sem perder, desde a derrota no desempate por penáltis com o Irão no jogo de atribuição do terceiro lugar do Campeonato do Mundo de 2016 e 33 jogos sem perder ao fim de 40 minutos, desde a derrota ante a Argentina nas meias-finais desse torneio.
Ucrânia 2-3 Rússia
Um momento de brilhantismo de Artem Niyazov e uma penálti defendido por Dmitri Putilov perto do fim foram cruciais para a Rússia manter a sequência perfeita de 11 vitórias, qualificação incluída, para chegar à final.
Os russos começaram fortes e aos 76 segundos já estavam em vantagem no marcador, graças a um remate rasteiro desviado de Anton Sokolov, a passe de Sergei Abramov, após um canto. A Rússia continuou por cima do jogo e, pouco antes do quarto de hora, Andrei Afanasyev aumentou a vantagem na recarga a um cabeceamento seu à trave, na sequência de um lançamento longo de Putilov que aproveitou a lenta troca de guarda-redes na Ucrânia.
Mas, no minuto seguinte, os ucranianos reduziram num pontapé de fora da área de Yevgen Siryi após um canto bem trabalhado. A Ucrânia pressionou na tentativa de chegar ao empate e, pouco antes do intervalo, Yaroslav Lebid rematou ao poste, tal como o russo Daniil Davydov pouco depois do reatamento. Porém, passava pouco dos 30 minutos quando a Rússia fez o 3-1 num espectacular pontapé acrobático de Niyazov, bem servido por um passe longo de Nando.
A cinco minutos do fim, a pressão paciente da Ucrânia rendeu dividendos com o segundo golo apontado num remate do guarda-redes avançado Petro Shoturma Danyil Abakshyn desviou subtilmente com classe. A Ucrânia ainda teve a oportunidade de chegar à igualdade quando Afanasyev derrubou Ihor Korsun na área, mas Putilov defendeu o penálti de Shoturma e a Rússia segurou o triunfo numa parte final frenética.
Artem Niyazov, jogador da Rússia: "Foi um jogo muito difícil e intenso, pois o resultado foi incerto até ao último segundo. Mas no fim conseguimos segurar a vantagem e, claro, estamos enormemente gratos ao nosso guarda-redes, que defendeu aquela grande penalidade. Agora só vamos ter um bocadinho de tempo para descansar antes da final. O meu golo deve ter dado uma imagem espetacular, mas ainda não tive oportunidade de ver a repetição. O mais importante, contudo, é ter sido o golo da vitória. Não importa o quão bonito foi... o mais importante é que esse golo permitiu que nos classificássemos para a final."
Yevgen Siryi, jogador da Ucrânia: "Ainda estou a digerir as emoções depois desta partida incrível. Foi um sonho para nós estarmos aqui nestas meias-finais. Acho que tivemos algum azar no final do jogo, mas estou muito orgulhoso daquilo que a nossa equipa fez."
Facto importante: A Rússia vai disputar a sua sétima final e procura conquistar o título pela segunda vez depois de 1999.