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Os heróis não tremem

Gonçalo Alves, autor do penalty que apurou Portugal para a sua primeira final, explicou ao uefa.com que se sentiu muito calmo e confiante na decisão. Orlando Duarte destacou o "carácter".

Orlando Duarte festejou com os seus jogadores no final da partida ante o Azerbaijão
Orlando Duarte festejou com os seus jogadores no final da partida ante o Azerbaijão ©Sportsfile

Portugal apurou-se para a sua primeira final de um Campeonato da Europa de Futsal, com o desempate por grandes penalidades frente ao Azerbaijão a sorrir à equipa orientada por Orlando Duarte. O homem responsável por apontar o penalty decisivo e que colocou o resultado em 5-3 (após o 3-3 do tempo regulamentar) falou com o uefa.com depois das emoções de Debrecen. Gonçalo Alves era a imagem da felicidade, mas, ao mesmo tempo, ciente de que a tarefa ainda não está terminada. Quanto a Orlando Duarte, o técnico considerou a vitória justa, ao mesmo tempo que destacou o carácter da sua equipa.

Orlando Duarte, seleccionador de Portugal
Não gosto de sonhar porque os sonhos podem facilmente transformar-se em pesadelos. Mas era um objectivo para a minha equipa atingir a final, pois somos uma equipa forte. Conhecemos o nosso carácter e mostrámos isso mesmo esta noite. Como já disse antes, penso que não disputámos amigáveis suficientes antes deste torneio. Tentámos fazê-lo, mas, por uma razão ou por outra, não o conseguimos. Contudo, somos capazes de morrer em campo para atingirmos os nossos objectivos. Penso que foi um pouco estranho o Biro Jade não ter alinhado de início e fiquei surpreendido quando utilizaram um quinto jogador de campo tão cedo. No entanto, o Azerbaijão marcou na primeira oportunidade que teve, enquanto nós falhámos várias ocasiões nos primeiros cinco minutos. Os jogadores sentiram que não mereciam ir para o intervalo a perder por 2-1 e deram tudo o que tinham. No cômputo geral penso que merecemos ganhar. No último Europeu vivemos uma situação idêntica nas meias-finais e perdemos no desempate ante a Espanha. Esta noite tivemos mais sorte, mas a sorte, como sempre se diz, envolve muito trabalho.

Gonçalo Alves, fixo de Portugal
Foi um jogo muito equilibrado e contra uma grande equipa, equipa essa que apesar de ser uma estreante nestas andanças conta com jogadores muito experientes, que já andam no futsal há inúmeros anos. Dificultaram a nossa tarefa ao máximo, mas acho que estamos na final com todo o mérito. Foi um jogo completamemte diferente daquele que disputámos frente à Sérvia. O Azerbeijão tem um estilo de jogo muito mais lento que a Sérvia, mas soubemos lidar com isso e se calhar fomos mais racionais do que nos encontros anteriores. Isto é uma meia-final e não é para jogar bonito. Já jogámos muito bem no passado e no fim perdemos. Não estávamos à espera que o Azerbaijão apostasse em  cinco jogadores de campo logo aos cinco minutos de jogo. O treinador deles foi muito inteligente, até porque nós entrámos muito fortes no encontro e eles precisavam de acalmar o rumo dos acontecimentos. Tiveram a felicidade de marcar, o que lhes deu alguma vantagem, mas mesmo assim conseguimos dar a volta e fomos felizes no final. Sem qualquer vaidade, posso adiantar que estava muito calmo e confiante antes de apontar a grande penalidade. Estive muito atento aos penalties antes do meu e notei que o guarda-redes azeri caía sempre antes de a bola ser chutada. Foi uma questão de ver para onde ele se ia atirar. Agora vamos desfrutar deste momento e só depois pensar na final. Vamos jogar para ganhar e podem contar connosco.

Alesio, seleccionador do Azerbaijão
Antes de tudo quero dar os parabéns a Portugal por uma boa vitória e expressar o meu agradecimento aos jogadores a todos aqueles que apoiaram a nossa equipa. O nosso objectivo principal era assinar uma boa exibição e, quanto ao desempate por penalties, isso resume-se quase tudo à sorte. No desempate anterior tínhamos tido sorte, mas desta vez Portugal levou a melhor. Vencer e perder faz parte do jogo, mas é claro que a experiência conta muito. Para já estamos concentrados no terceiro lugar e não em outros torneios. Ninguém esperava que estivéssemos nas meias-finais. Ainda não tive tempo para pensar nos erros que cometemos esta noite.

Andrey Tveryankin, guarda-redes do Azerbaijão
Parece que tivemos de pagar pelo facto de termos vencido a partida dos quartos-de-final no desempate por penalties. Penso que a nossa equipa vai digerir bem este resultado. Isto não se trata de uma derrota e penso mesmo que fomos a melhor equipa. Talvez nos falte a experiência a este nível e se não fosse isso talvez não tivéssemos cometido os erros que levaram aos golos de Portugal. Agora há que lhes dar os parabéns pelo triunfo. O desempate por penalties não é apenas uma lotaria, pois tem muito a ver com a qualidade dos jogadores. As cinco faltas que Portugal cometeu muito cedo tiveram um reverso da medalha. Pode-se tentar ultrapassar o marcador directo para ganhar a falta, mas em vez disso pode-se perder a bola e sofrer um golo. É óbvio que queremos terminar o torneio no pódio e vamos fazer tudo para ganhar. A medalha de bronze seria um enorme sucesso para o Azerbaijão.