Giorgio Chiellini fala sobre a despedida da selecção na Finalíssima frente à Argentina
quarta-feira, 1 de junho de 2022
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"Sinto-me orgulhoso e feliz com o que consegui", diz o defesa italiano, que se despede da selecção no duelo com a Argentina, na Finalíssima.
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Após se ter despedido do seu clube em Maio, Giorgio Chiellini prepara-se para fazer o mesmo na selecção, podendo cumprir a 117ª e última internacionalização por Itália quando a campeã europeia enfrenta a Argentina na edição inaugural da Finalíssima, em Wembley.
Duas vezes finalista vencido da UEFA Champions League com a Juventus, o defesa-central atingiu o auge futebolístico no Verão passado ao capitanear os "azzurri" rumo à glória no UEFA EURO 2020. À medida que se prepara para regressar ao palco dessa conquista, o veterano de 37 anos disse ao UEFA.com como se sente com esta despedida.
Sobre despedir-se da selecção na Finalíssima
É lindo. A Argentina tem jogadores excepcionais. É óbvio que o primeiro em que se pensa é [Lionel] Messi, mas os outros também são muito bons e a conquista da Copa América não foi por acaso.
Messi é um ícone do futebol. Não cabe a mim dizer se ele é o melhor jogador de sempre ou não. Será um prazer disputar o meu último jogo pela seleção contra ele. Tive a sorte de enfrentá-lo em várias ocasiões e, felizmente, muitas vezes correu bem. Defrontar grandes jogadores como ele é uma questão de sorte: se ele e a sua equipa estiverem em dia sim são imparáveis.
Sobre a sua carreira na selecção
Foi, sem dúvida, melhor do que eu poderia ter imaginado. Quando se é criança, sonha-se em jogar pela selecção, porque isso é o ponto-alto. A ideia de ter disputado mais de 100 jogos ao longo de 18 anos, ser capitão e ganhar um troféu importante como no ano passado em Wembley foi a cereja no topo do bolo.
Espero que os adeptos se lembrem de mim como uma boa pessoa. Uma pessoa que personificou certos valores. Em campo, tenho os meus pontos fortes e fracos, e alguns se lembrarão de ambos. A longo prazo, fica a recordação das coisas boas, isso é normal.
Sobre o que vai sentir falta do futebol
O que vou sentir mais falta é o ambiente do balneário. Foi o que me causou mais impacto, qando era mais novo mas também quando era mais velho. Diverti-me com os jogadores mais jovens. Eles dão-me energia e sinto-me muito bem partilhando o balneário com eles. Claro que fora de campo temos vidas completamente diferentes por causa da diferença de idade. Mas também por causa da energia e da descontração que eles têm. Sem dúvida que vou sentir falta de todas essas dinâmicas.
O que diria ao meu eu mais jovem? Para trabalhar sempre com paixão, tentar evoluir e divertir-se. É um trabalho, mas é o melhor passatempo e diversão com o qual uma criança pode sonhar. Tem sempre de existir equilíbrio em tudo, na vida e no futebol. Só assim, sendo capaz de gerir as coisas da maneira certa e na hora certa, se poderá cometer os erros que um jovem cometerá.
Sobre o que vai sentir após o apito final
Acabo de viver isso com a Juventus, então sei mais ou menos o que esperar. É um segundo fim; estes foram os dois amores da minha vida, duas grandes histórias de amor. Representei a Juventus durante 17 anos e a selecção durante 18, por isso ambos foram uma grande parte da minha vida.
Estou em paz. Sinto-me feliz com o que conquistei e também com um pouco de orgulho pelo que conquistei na minha carreira. Mas, mais do que isso, estou orgulhoso dos valores fundamentais que transmiti e do carinho que as pessoas que conheci desde 2004 têm por mim.