Violante aponta evolução para Portugal

Enquanto Bélgica, Holanda e Noruega competem no topo do Grupo 5 pela qualificação para o Campeonato do Mundo, Albânia, Portugal e Grécia surgem como seus pares noutras secções, mas com outros objectivos que não chegar ao Canadá.

Portugal tem uma vitória e duas derrotas no momento em que prepara a recepção à Albânia, a 12 de Fevereiro, almejando chegar, pelo menos, ao registo da qualificação de 2011, quando terminou com 12 pontos depois de bater por duas vezes tanto a Eslovénia como a Arménia – perdeu os jogos ante a Itália e a Finlândia. Desde essa altura, a jogadora mais internacional, Carla Couto, deixou de competir e António Violante assumiu o cargo de seleccionador.

Antigo treinador das selecções jovens de Portugal – conquistou em casa o Campeonato da Europa de Sub-17 de 2003 – e do Kuwait, Violante falou ao UEFA.com sobre os objectivos realistas da selecção feminina e de como pretende integrar as jogadoras juniores que deram recentemente a Portugal um inusitado sucesso.

UEFA.com: Como resume, até ao momento, a vossa participação?

António Violante: O primeiro jogo correu bem – ganhámos por 5-1 na Grécia. Depois, nos dois seguintes, perdemos em casa contra a Holanda por 7-0 e na Bélgica por 4-1. Não foi o início que pretendíamos, sendo que poderíamos ter feito melhores resultados no segundo e terceiro jogos.

Por agora, o nosso plano é fazer evoluir a selecção A. Vamos tentar obter melhores resultados no futuro, sabendo que integramos um grupo muito difícil. Bélgica, Noruega e Holanda são selecções muito fortes e vamos sentir dificuldades por isso mesmo. Ainda não estamos a um nível que nos permita discutir o resultado nesses jogos.

UEFA.com: Qual é o objectivo, nesta competição, para uma selecção como a de Portugal?

Violante: Gostaríamos de nos qualificar, mas o nosso objectivo não pode ser esse. É algo que está, por agora, fora do nosso alcance. Temos de melhorar e, numa qualificação futura – por exemplo para o próximo Campeonato da Europa –, tentarmos obter melhores resultados. Temos consciência de que continuamos ainda distantes das equipas de topo da Europa.

UEFA.com: A fase final do Campeonato da Europa Feminino de 2017 vai envolver 16 selecções. Quão longe pensa que Portugal poderá ir?

Violante: Tal como disse anteriormente, ainda estamos longe das melhores 16. Estamos no lugar 25 do "ranking" da UEFA. Estamos a uma longa distância dessas 16, mas não vamos deixar de tentar na próxima qualificação – tentar melhorar o nosso futebol e tentar ficar mais perto das melhores selecções na Europa.

UEFA.com: A vossa selecção feminina Sub-17 disputou, no ano passado, a fase final do EURO e a Sub-19 chegou às meias-finais em 2012. De que forma esse desenvolvimento pode melhorar a selecção sénior?

Violante: Pensamos que a qualidade das jogadoras vai melhorar, em especial porque desfrutaram mais cedo de contacto internacional. A nossa selecção sénior já possui algumas jogadoras que alinharam no Campeonato da Europa de Sub-19 [de 2012], na Turquia. Acreditamos que vamos melhorar, mas temos de ir passo a passo e não fazer as coisas com pressa. Precisamos de ser pacientes, temos de deixar as jogadoras desenvolverem-se.

Este ano, pela primeira vez, tivemos uma selecção Sub-17 e foi uma oportunidade para as nossas jogadoras poderem ter mais cedo contacto internacional. Pensamos que isso é um passo importante no seu desenvolvimento e também para a evolução da selecção sénior quando lá chegarem.