Viagens atribuladas: aventuras na Europa do futebol
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
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Falta de vistos, voos errados e falta de compreensão dos fusos horários originaram grandes complicações em jogos das competições europeias fora de casa. O UEFA.com recorda alguns dos mais insólitos.
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Esta semana o Kairat Almaty vai realizar a deslocação mais longa da história das competições europeias e o UEFA.com aproveita para recordar algumas viagens atribuladas.
Os problemas do Vardar com os fusos horários
A excitação dos macedónios do Vardar ao fazerem a estreia nas competições europeias, frente ao Dunfermline Athletic na Taça dos Vencedores das Taças de 1961/62, motivou um lapso caricato. "Não fomos informados que a Escócia está num fuso horário diferente," recordou Andon Doncevski, o melhor marcador da história do Vardar. "Começámos o aquecimento a pensar que estávamos a uma hora do pontapé de saída, mas ainda faltavam duas horas para o jogo. Estranhámos não ver os jogadores do Dunfermline. Estavam a fazer massagens enquanto nós aquecíamos. Jogámos muito mal e perdemos por 5-0".
O dilúvio do APOEL em Lisboa
O APOEL foi eliminado pelo Sporting CP com uma diferença recorde de 16-1 na Taça dos Vencedores das Taças de 1963/64 e os preparativos para os jogos tiveram influência no desfecho. "Estava a chover imenso e naquela altura não tínhamos chuteiras adequadas para relva", explicou o avançado Andreas Stylianou ao UEFA.com. O APOEL sofreu uma goleada pesada e não podia pensar numa eventual resposta perante os seus adeptos, pois tinha acordado disputar o jogo em “casa” também em Alvalade, uma decisão que não se revelou assim tão má. "O segundo jogo foi disputado sob sol e só perdemos por 2- 0”, recordou Stylianou.
Problemas com os vistos
A jornada heróica do Skënderbeu até ao “play-off” da UEFA Champions League poderia ter terminado muito mais cedo devido a um erro burocrático antes do duelo com o Crusaders, na segunda pré-eliminatória. O clube albanês pediu vistos para a República da Irlanda, quando na verdade tinha de jogar a norte da fronteira, em Belfast. Felizmente, com uma pequena ajuda do clube britânico, tudo foi resolvido, com a documentação correcta a ser levantada em Paris durante a viagem.
Aventuras no nevoeiro
Os caprichos do clima das Ilhas Faroé têm o hábito de causar problemas às equipas visitantes. A França chegou para um jogo de qualificação em 2007 apenas três horas e meia antes do pontapé de saída, depois de ter passado uma noite em Bergen, na Noruega. Os franceses chegaram quentes e ganharam por 6-0.
O “charter” do Athletic
Os adeptos do Athletic Bilbao não gostaram nada de perder com o rival Atlético Madrid, por 3-0, na final da UEFA Europa League de 2012, mas cerca de 400 adeptos voaram acidentalmente para o país errado e foram poupados à humilhação. Os bascos cometeram o velho erro de confundir Bucareste e Budapeste e aterraram na capital húngara, em vez de na da Roménia. Alguns conseguiram chegar até à Arena Naţională por estrada, mas a maioria optou por ver o jogo na televisão, em Budapeste, já que percebam que o voo alternativo estava marcado para partir um par de horas após o apito final.
Lyon em cinzas
O Olympique Lyonnais considera que o vulcão Eyjafjallajökull foi parcialmente responsável pela derrota com o Bayern München, de Louis van Gaal, nas meias-finais da UEFA Champions League de 2009/10. As erupções do vulcão islandês na Primavera de 2010 obrigaram a cancelar centenas de voos por toda a Europa e forçaram o Lyon a percorrer 576 quilómetros até à Baviera num comboio de mini-autocarros. O presidente Jean-Michel Aulas atribuiu a derrota por 1-0 ao cansaço provocado pela viagem, mas não pôde usar a mesma desculpa para o desaire por 3-0 na segunda mão em casa.
Spartak no metro
O Spartak Moskva não estava à espera de grandes contratempos para o jogo com o Internzionale Milano, a contar para a UEFA Champions League, marcado para 31 de Outubro de 2006 no Estádio Luzhniki. Contudo, os moscovitas tiveram de abandonar o autocarro da equipa quando ficaram presos num gigantesco engarrafamento na capital russa. Os jogadores tiveram que recorrer ao metropolitano de Moscovo para chegar ao estádio e acabaram por perder por 1-0.
Tiligul troca de equipamento
A viagem dos moldavos do Tiligul Tiraspol até Bruxelas para o desafio da primeira pré-eliminatória da Taça UEFA de 1998/99 obrigou a mudanças de voo em Budapeste e Paris. Na chegada à Bélgica, depois de ter falhado uma ligação, a equipa descobriu que grande parte dos equipamentos se tinham perdido pelo caminho. O clube belga ofereceu-se para emprestar um equipamento ao Tiligul, levando ao espectáculo invulgar de ver ambas as equipas equipadas à Anderlecht. Os anfitriões de roxo venceram a equipa que alinhou de branco por 5-0.
Piada bombástica
Uma piada um pouco desproporcionada deixou o avançado Vīts Rimkus numa grande alhada em Julho de 2008, na viagem de regresso a casa do Ventspils depois de perder por 1-0 com o Llanelli na primeira pré-eliminatória da UEFA Champions League. Quando os elementos da segurança perguntaram a Rimkus se tinha algum artigo proibido na bagagem, o colega de equipa Deniss Kačanovs respondeu que tinha uma granada de mão. Rimkus foi levado para uma sala isolada, onde foi interrogado durante duas horas, quando foi libertado, depois de verem que não estava armado e não era perigoso, descobriu que os colegas de equipa já tinha voado de regresso a casa.
O longo caminho da Bósnia e Herzegovina
O primeiro jogo oficial da Bósnia e Herzegovina, um jogo na Grécia a 1 de Setembro de 1996 a contar para qualificação para o Campeonato do Mundo, acabou por ser uma espécie de provação, já que na época o aeroporto de Sarajevo estava fechado a civis. As selecções sénior e de sub-21 tiveram de apanhar o avião em Split, na Croácia, mas a viagem de apenas 160 quilómetros não foi nada fácil. A viagem de autocarro para ocidente, a 28 de Agosto, levou dez horas e obrigou a uma pernoita. A equipa sénior perdeu por 3-0 em Kalamata e os sub-21 foram batidos por 1-0, um desfecho frustrante para uma odisseia que durou seis dias.
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