Desforra longe do horizonte benfiquista

O treinador do PSV Eindhoven, Fred Rutten, espera uma eliminatória bastante aberta frente ao Benfica, depois de o sorteio dos quartos-de-final da UEFA Europa League ter ditado um embate entre as duas equipas. No Benfica não se pensa em desforra pela final da Taça dos Campeões Europeus perdida em 1988.

A desforra da referida final é algo que não é, de todo, uma preocupação no Estádio da Luz. Lourenço Coelho, director do clube, é peremptório em afirmar que o único objectivo passa por garantir um lugar nas meias-finais. "A desforra não terá qualquer significado se o Benfica não conseguir chegar às meias-finais da UEFA Europa League," referiu. "A nossa ambição é estar nas meias-finais, fase que não atingimos há muitos anos," acrescentou.

Presentes no sorteio dos quartos-de-final graças a um triunfo por 3-2 no conjunto das duas mãos sobre o Paris Saint-Germain FC, na ronda anterior, as "águias" estiveram pela última vez nas meias-finais de uma prova europeia em 1993/94, então na Taça dos Vencedores das Taças, tendo sido aí afastadas pelo Parma FC. Lourenço Coelho sente, contudo, que a equipa pode tirar partido da experiência angariada nas suas mais recentes campanhas europeias. "O Benfica é a única equipa que esteve nos quartos-de-final da última edição da prova a repetir a presença nesta fase da competição esta temporada," lembrou.

Os pupilos de Rutten, do PSV, venceram por 1-0 no terreno do Rangers FC e garantiram o seu lugar entre as oito melhores equipas da prova. Vão procurar, agora, repetir 1988, ano em que a formação holandesa bateu o Benfica na final da Taça dos Campeões Europeus. À espera, nas meias-finais, estará o vencedor do confronto entre o Sporting de Braga e o FC Dynamo Kyiv. "Vai ser uma eliminatória extremamente agradável", prometeu Rutten. "O Benfica é um clube com grande história, tal como era o Rangers [a equipa que o PSV afastou nos oitavos-de-final]".

A vitória do PSV na final de 1988 surgiu no desempate por grandes penalidades, após uma igualdade 0-0, e apesar de Rutten esperar novamente muito equilíbrio entre as duas equipas, acredita que, desta feita, existirão golos. "Quando se chega a uma fase como os quartos-de-final, é impossível que a diferença entre as equipas ainda em prova seja significativa", explicou. "Julgo que as duas formações apresentarão um grande respeito mútuo, mas ambas entrarão em campo sem receios. Olhei para os últimos resultados do Benfica e verifiquei algo de positivo, que é o facto de eles sofrerem quase sempre golos. Isso significa que se trata de uma equipa que deixa jogar futebol."

"Assisti ao jogo da Champions League com o Schalke e verifiquei também que o Benfica é uma equipa constituída por muito poucos jogadores portugueses," acrescentou. "Contam com muitos argentinos e brasileiros, principalmente". Depois de avançar com as suas primeiras impressões sobre o adversário que visitará a 7 de Abril e que receberá uma semana depois, em Eindhoven, o antigo treinador do FC Schalke 04 vai, agora, assistir ao próximo jogo do Benfica, segunda-feira, no terreno do Paços de Ferreira, para avaliar mais de perto a formação "encarnada".