Alicerces da fama: Nice

Palmarés nas competições de clubes da UEFA (finalista vencido entre parênteses)
• nenhum

Palmarés nas competições nacionais (triunfo mais recente entre parênteses)
Campeonato: 4 (1959)
Taça de França: 3 (1997)

• Os adeptos do Nice antecedem cada jogo em casa com a entoação do hino do clube, intitulado "Nissa La Bella" ("Nice, a bela") – a canção oficial da cidade, escrita no dialecto local.

• A história do Nice oferece pistas sobre o seu estilo futebolístico. Foi apenas em 1860 que Napoleão III (sobrinho do Napoleão mais famoso) negociou o território para que este integrasse o estado francês, mas a influência cultural italiana continua bastante forte nesta parte da Riviera francesa, com os adeptos do clube e o estilo de jogo semelhantes à Serie A. Assim, o reforço Mario Balotelli tem tudo para poder sentir-se em casa.

• O clube deu a Hugo Lloris, um jovem natural da cidade, a sua primeira grande oportunidade no primeiro escalão francês. Estreou-se na equipa principal aos 18 anos, antes de se transferir para o Lyon e daí para o Tottenham, em 2008. Ninguém capitaneou a França mais vezes do que Lloris. O seu irmão Gautier, de 21 anos, representa o clube, mas actua como defesa-central.

• Outro grande guardião, o espanhol Ricardo Zamora, cumpriu a sua última época como jogador no Nice. O antigo guarda-redes de Barcelona, Espanhol e Real Madrid fugiu para França durante a Guerra Civil e representou o Nice em 1937-38. O troféu entregue no final de cada temporada ao guarda-redes menos batido da Liga espanhola tem o seu nome.

A carreira de Hatem Ben Arfa revitalizou-se no Nice©AFP/Getty Images

 • A reputação do Nice para relançar carreiras continua bem forte. Hatem Ben Arfa relançou aí a sua, apontando 17 golos na última temporada, após uma infeliz passagem pelo Newcastle – o que lhe valeu o regresso à selecção francesa e uma transferência para o Paris este Verão. E após a recente contratação de Balotelli, Ben Arfa disse que o presidente do clube, Jean-Pierre Rivère, é o "mais corajoso do futebol francês", dada a sua predisposição para correr riscos. 

• Originalmente, o Nice equipava de azul e negro, como o Inter, antes de mudar para as cores rubro-negras, ao estilo do Milan. Fundado em 1904 como um clube de atletismo, que só em 1908 passou a ter secção de futebol, o Nice não adoptou as suas cores actuais até se fundir, 11 anos depois, com outro clube local, o Gallia Football Athletic Club (GFAC).

 • Apelidado de "Les Aiglons" (pequenas águias) em honra do pássaro que integra o escudo da cidade, o clube tem agora uma águia, chamada Mefi (tradução do dialecto nissart: cuidado!), que percorre o Stade de Nice em voo, à semelhança do que acontece no Estádio da Luz antes do início de cada jogo do Benfica. Entretanto, a recém-construída casa do clube assistiu, durante o Verão, a uma das maiores surpresas do UEFA EURO 2016, quando a Islândia eliminou a Inglaterra nos oitavos-de-final.  

• A idade de ouro do Nice aconteceu nos anos 50. Durante essa década, conquistou os quatro campeonatos da sua história e duas das suas três Taças de França. O argentino Luis Carniglia foi um elemento preponderante, uma vez que o ponta-de-lança conquistou um campeonato enquanto jogador e outro na sua primeira temporada como treinador, antes de partir para o Real Madrid, clube que levou ao título espanhol e à conquista de duas Taças dos Clubes Campeões Europeus, em 1958 e 1959.

• O Nice tem razões para encarar o futuro com optimismo. Desde os anos 50, o único grande sucesso do Nice foi a Taça de França, em 1997, mas os campeonatos nacionais de Sub-18 ganhos em 2004 e 2012 poderão indiciar um futuro melhor. Na época passada, terminou a Ligue 1 na quarta posição, sob as ordens de Paul Le Guen, que valeu à equipa da Ligue 1, com a média de idades mais baixa (24.12 anos), da competição, um lugar nas provas da UEFA.

A águia Mefi dá uma volta rápida no Stade de Nice©Getty Images