Desilusão ao cair do pano

O Benfica recebeu o Olympique de Marseille na primeira mão dos oitavos-de-final da UEFA Europa League, e não foi além de um empate a uma bola. Depois de estar em vantagem, o conjunto "encarnado" consentiu o empate mesmo à beira do fim.

O treinador do Benfica, Jorge Jesus, operou poucas alterações em relação ao "onze" mais utilizado esta temporada, sendo de assinalar os regressos de Pablo Aimar e Ramires à equipa titular, depois de terem falhado o último desafio da Liga portuguesa, ante o P. Ferreira, devido a lesão. Javi García voltou a ocupar o seu lugar no meio-campo, depois de cumprir castigo nas provas internas, ao passo que Júlio César foi o eleito para ocupar a baliza "encarnada", uma escolha já habitual nos encontros da UEFA Europa League.

A jogar em casa, o Benfica tomou desde cedo as despesas do jogo, perante uma formação marselhesa mais cautelosa, a espreitar o contra-ataque nos instantes iniciais. Ainda assim, os franceses criaram perigo aos 13 minutos, após cabeceamento de Stéphane Mbia, no entanto, a jogada foi interrompida por fora-de-jogo. Dois minutos volvidos, os gauleses desperdiçaram mesmo uma ocasião soberana para inaugurar o marcador, na sequência de um cruzamento do lado direito. O ex-portista Lucho González, ao segundo poste, rematou para fora, numa fase de ascendente da formação comandada por Didier Deschamps.

Aos 20 minutos, foi a vez de Brandão enjeitar uma boa ocasião para a sua equipa, após passe de Lucho. O avançado brasileiro ganhou na velocidade a Maxi Pereira, mas rematou ao lado. Pouco depois o Benfica respondeu, na sequência de um cruzamento de Ramires. Óscar Cardozo, ao segundo poste, conseguiu rematar de pé esquerdo, mas o esférico acabou por embater nas malhas laterais. Aos 28 minutos, Angel Di María tentou a sorte de fora da área, com um remate de pé esquerdo que passou perto do poste esquerdo da baliza à guarda de Steve Mandanda. 

Aos 32 minutos, o conjunto da casa falhou a melhor ocasião até ao momento, num lance em que Di María vislumbrou Cardozo no interior da área. O argentino efectuou o cruzamento com conta, peso e medida, mas o atacante paraguaio, em excelente posição, atirou por alto. Aos 40 minutos, os homens de Jorge Jesus construíram uma das melhores jogadas ofensivas do primeiro tempo, que culminou com um toque subtil de Javier Saviola para o compatriota Aimar. Perante Mandanda, o médio argentino atirou fraco, para defesa do guarda-redes francês.

Três minutos volvidos, Cardozo esteve novamente perto de marcar, mas o remate do goleador "encarnado" embateu num defesa contrário, acabando por se perder pela linha de fundo. A um minuto do intervalo, foi a vez do Marselha responder ao assédio dos da casa, com um lance rápido de contra-ataque. Brandão efectuou o cruzamento e Lucho, bem colocado, atirou ligeiramente ao lado.

No segundo tempo, foram os franceses a entrar melhor, tomando conta das operações a meio-campo, aproveitando alguns passes errados do conjunto português. Contudo, aos 62 minutos, o Marselha voltou a criar muito perigo, após cruzamento de Brandão. Mamadou Niang cabeceou para a baliza mas Júlio César, com uma defesa a dois tempos, evitou o golo dos franceses.

O Benfica, à procura do golo, poderia ter desfeito a igualdade aos 71 minutos, após remate de Di María, que embateu num defesa gaulês quando se encaminhava para a baliza, num período de maior assédio "encarnado". Assim, os "encarnados" chegaram ao golo aos 75 minutos, após cruzamento de Di María. Cardozo falhou a emenda, com o esférico a sobrar para Maxi Pereira que, com alguma felicidade, fez o 1-0 para delírio dos adeptos que marcaram presença no Estádio da Luz.

Até final, o Marselha tentou responder mas o Benfica continuou a dominar os acontecimentos - Ramires rematou à barra, aos 85 minutos -, mas os franceses acabaram por chegar ao empate por intermédio de Hatem Ben Arfa, no minuto 90, que concluiu de cabeça um cruzamento do lado direito.