Como Petar Zhekov entrou para a história do futebol búlgaro

Com 25 golos marcados em 44 jogos pela Bulgária e um registo recorde de 253 golos em 333 jogos a nível de clubes, Petar Zhekov tem um lugar especial na história do futebol búlgaro. Agora que completa 70 anos, o Bota de Ouro Europeu de 1969, cinco vezes campeão do seu país ao serviço do CSKA Sofia, esteve à conversa com o UEFA.com.

Carreira internacional (1964-73, 44 jogos/25 golos)
Tenho muito orgulho por ter ajudado a nossa selecção nacional a chegar à final dos Jogos Olímpicos de 1968, no México. Outro jogo que jamais sairá da minha memória é o dos quartos-de-final do Campeonato da Europa de 1968, frente à Itália, em Sófia. Vencemos 3-2 e eu marquei o terceiro golo. Porém, depois perdemos 2-0 fora e os italianos acabaram por erguer o troféu.

PFC Himik Dimitrovgrad (1962-63, 25 jogos na Liga búlgara/8 golos)
Comecei a carreira como defesa, mudei para o meio-campo e só depois segui para ponta-de-lança, mas tive sempre o hábito de marcar golos. Estive apenas uma temporada no Himik e só no final comecei a jogar no ataque, na tentativa de ajudar o clube a fugir à despromoção, algo que não conseguimos. Depois rumei ao Beroe.

Zhekov ao serviço da Bulgária em 1973©Getty Images

PFC Beroe Stara Zagora (1963-68, 141 jogos na Liga búlgara, 101 golos)
O Beroe tentava afirmar-se no escalão principal e foi juntando um lote de excelentes jogadores. Fiz uma boa dupla com Petko Petkov, que acabaria por se tornar também num dos maiores goleadores da Bulgária. Infelizmente, perdemos a final da Taça de 1968 e acabei por deixar o Beroe sem conquistar qualquer troféu.

Peter Zhekov conquistou uma Bota de Ouro e duas de Bronze©Meridian Match

PFC CSKA Sofia (1968-75, 167 jogos na Liga búlgara, 144 golos)
Jogar no CSKA foi o concretizar de um sonho. Os outros dois avançados do clube eram muito bons e tínhamos também uma defesa sólida e um excelente meio-campo. Conquistámos inúmeros troféus e eu marquei golos de todos os géneros - até cheguei a marcar um da linha de meio-campo. O único lamento foi a derrota nos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus de 1974, frente ao Bayern München. Tínhamos afastado o poderoso Ajax na ronda anterior, estávamos confiantes, mas eu lesionei-me não pude jogar. Só Deus sabe como teria sido se eu tivesse jogado...

Os seus três melhores golos
Não é fácil escolher três golos entre mais de 300, mas jamais esquecerei o que marquei no jogo de homenagem a Lev Yashin, em Moscovo, em 1971, perante 100 mil espectadores, ao lado de nomes como Pelé, Eusébio, Franz Beckenbauer, Bobby Charlton ou Gerd Müller. Os outros dois foram frente ao Levski Sofia. O primeiro em 1973, o tal que marquei da linha de meio-campo, a um minuto do fim; o outro em 1969, na final da Taça, decisivo para erguer o meu primeiro troféu.