Principais surpresas na qualificação para o EURO
segunda-feira, 19 de junho de 2023
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Alemanha, França, Espanha, Países Baixos e Grécia já festejaram a glória no EURO, mas também sofreram derrotas amargas na qualificação.
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As selecções de menor dimensão raramente têm oportunidade de brilhar nas fases finais, mas têm um historial curioso de bons resultados na qualificação para o EURO.
Após a boa vitória do Luxemburgo na Bósnia e Herzegovina e a reviravolta vitoriosa da República da Moldávia por 3-2 sobre a Polónia, depois de ter estado a perder por 2-0, na terça-feira, o UEFA.com recorda dez das maiores surpresas de campanhas anteriores.
Luxemburgo 2-1 Países Baixos (30/10/1963)
Os dois países empataram 1-1 na primeira mão em Amesterdão, pelo que o favoritismo estava do lado dos holandeses para o reencontro marcado para Roterdão. No entanto, a selecção do Luxemburgo liderada por Louis Pilot, talvez o melhor jogador da história do grão-ducado, conseguiu impor-se, com Camille Dimmer a marcar um golo em cada parte, tornando inútil o tento do empate de Pieter Kruiver. "A Holanda não está ao seu melhor nível neste momento e nós tivemos a força de vontade para vencer", afirmou o guarda-redes do Luxemburgo, Nico Schmitt.
Malta 0-0 República Federal da Alemanha (25/02/1979)
A equipa da RFA que entrou em campo em Gzira incluiu estrelas como Sepp Maier e Karl-Heinz Rummenigge. Os donos da casa, porém, não se deixaram impressionar e conquistaram aquele que seria seu único ponto na classificação. "No final da partida, em vez de trocar de camisola com um jogador alemão, decidi manter a minha em homenagem à nossa exibição memorável", disse o guarda-redes de Malta, Charles Sciberras. Os visitantes recuperaram, porém, vencendo em casa por 8-0 antes de erguerem o troféu na Itália, no ano seguinte.
Ilhas Faroé 1-0 Áustria (12/09/1990)
"Acreditávamos que seria possível e queríamos que fosse possível. É por isso que foi possível!" Estas foram as palavras do capitão Jóannes Jakobsen após um resultado que continua a ser um dos mais famosos da história das Ilhas Faroé – e pensar que aconteceu no seu primeiro jogo oficial. Torkil Nielsen foi o herói, atirando a contar pouco depois da hora de jogo.
País de Gales 1-0 Alemanha (05/06/1991)
Embora os galeses contassem com alguns jogadores talentosos como Neville Southall, Ian Rush e Mark Hughes, poucos esperariam que pudessem causar problemas aos campeões do Mundo. No entanto, a equipa de Berti Vogts ficou reduzida a dez jogadores à passagem da hora de jogo, quando Thomas Berthold foi expulso, e os homens de Terry Yorath tiraram partido disso, com Ian Rush a marcar seis minutos depois. "Ninguém nos dava quaisquer hipóteses", recordou Gary Speed. "Foi um resultado que chocou o mundo do futebol."
Irlanda do Norte 3-2 Espanha (06/09/2006)
Apesar de a Espanha ainda não estar ao nível que mais tarde lhe permitira ser campeã da Europa e do Mundo, já contava com muito talento e era considerada claramente favorita para o desafio na Irlanda do Norte. A equipa de Luis Aragonés esteve por duas vezes em vantagem, com golos de Xavi Hernández e David Villa, mas David Healy conseguiu empatar, antes de fazer o primeiro "hat-trick" do seu país em 15 anos e motivar um triunfo histórico. "Esta noite, mostrámos o nosso carácter mais do que nunca, e isso deve servir de lição para todos", disse Healy. "Queríamos devolver um pouco do orgulho perdido à Irlanda do Norte".
Liechtenstein 3-0 Islândia (17/10/2007)
O Liechtenstein raramente teve oportunidade para se evidenciar na qualificação para o EURO e esta continua a ser a sua maior vitória na competição. Com apenas um triunfo na prova antes da campanha de 2008, o Liechstensein não deu, porém, qualquer hipótese à Islândia, graças a dois golIs de Thomas Beck e um de Mario Frick. "É uma sensação óptima e pessoalmente estou muito feliz, mas ainda mais feliz pela equipa", disse Beck.
França 0-1 Bielorrússia (03/09/2010)
Apesar de entrar em campo após uma sequência de três derrotas e uma participação para esquecer no Campeonato do Mundo, a França parecia em boa posição para regressar aos bons resultados na estreia de Laurent Blanc como seleccionador. Os franceses dominaram o jogo, mas não conseguiram marcar e foram penalizados a quatro minutos do fim, quando Sergei Kislyak coroou uma exibição sensacional. "Foi um enorme prazer bater a França frente aos seus adeptos", explicou Kislyak. "Foi a primeira vez que joguei perante tantos espectadores, quase 80.000 pessoas."
Portugal 0-1 Albânia (07/09/2014)
Esperava-se que Dinamarca e Sérvia lutassem pela qualificação ao lado de uma selecção de Portugal orientada por Paulo Bento, mas a Albânia espantou tudo e todos na noite de abertura do Grupo I, graças a um brilhante remate de Bekim Balaj, aos 52 minutos, em Aveiro. "Foi um golo de avançado, já que o remate foi puro instinto", disse o autor do tento. "Conseguimos três pontos em Portugal, o que talvez ninguém esperasse." O jogo provou ser decisivo para ambas as equipas – a Albânia qualificou-se pela primeira vez para a fase final, enquanto Portugal acabou por vencer o UEFA EURO 2016.
Grécia 0-1 Ilhas Faroé (14/11/2014)
As Ilhas Faroé praticamente não causaram repercussão no cenário internacional nos 24 anos que se seguiram à vitória sobre a Áustria e não se esperava que tal acontecesse contra uma equipa com vários jogadores que tinham conquistado o EURO 2004. Os comandados de Claudio Ranieri acabaram batidos pelo golo de Jóan Edmundsson, aos 61 minutos. "Até 3 ou 4 anos atrás, as Ilhas Faroé eram apenas uma selecção forte fisicamente. Esta vitória vai ecoar em todo o mundo", disse o técnico Lars Olsen, cuja equipa também venceria o jogo em casa contra a Grécia e terminaria à frente dos helénicos no grupo.
Kosovo 2-1 Chéquia (07/09/2019)
O Kosovo somou apenas um ponto em dez jogos na sua primeira campanha de qualificação – para o Mundial de 2018 – pelo que uma primeira vitória em casa num jogo de qualificação para o EURO parecia improvável, apesar do sucesso por 3-2 na Bulgária, no jogo anterior. Patrick Schick parecia ter colocado os checos no caminho para uma vitória rotineira, mas Vedat Muriqi empatou rapidamente e Mërgim Vojvoda operou a reviravolta no marcador para deixar os adeptos em Pristina em êxtase. "Tínhamos o sonho de vencer a Chéquia", disse o técnico Bernard Challandes. "Foi um resultado incrível."