Portugal - França: seis jogos memoráveis
sábado, 9 de julho de 2016
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De um 5-3 até reviravoltas concretizadas por Michel Platini e Zinédine Zidane. Se o passado tiver influência, a final de domingo entre Portugal e França pode ser um clássico.
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1959: França 5-3 Portugal (Fontaine 3 54 58, Grillet 11, Muller 22; Matateu 36 76, Cavém 41)
Just Fontaine, que tinha acabado de marcar 13 golos no Campeonato do Mundo de 1958, foi a grande estrela do duelo no Stade de Colombes, que se revelou o jogo entre os dois países com mais golos. Fontaine marcou cedo e ajudou a equipa da casa a acumular uma vantagem de 3-0, tendo depois marcado mais duas vezes para impedir a tentativa de recuperação de Portugal. O lendário atacante do Reims terminou o jogo com um "hat-trick", o quarto de cinco em apenas 21 internacionalizações por França, mas um ano depois terminou prematuramente a carreira devido a uma lesão.
1975: França 0-2 Portugal (Nené 21, Marinho 64)
A última vitória de Portugal sobre os "bleus" tem mais de 40 anos, mas foi conseguida em França e com uma exibição impressionante. Os anfitriões não puderam contar com os jogadores do Saint-Étienne – poupados para as meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus, frente ao Bayern - e não tiveram resposta para a eficácia de Portugal. Nené aproveitou uma confusão defensiva para inaugurar o marcador no Parc des Princes, antes de Marinho subir pela esquerda e estabelecer o resultado final com um forte disparo.
1984: Portugal 2-3 França, ap (Domergue 24 114, Platini 119; Rui Jordão 74 98)
Um dos maiores clássicos de sempre da competição. O jogo foi dominado pela França desde o golo inaugural de Jean-François Domergue até ao cabeceamento de Rui Jordão, que fez o empate. Mas, daí em diante, o ascendente em Marselha passou de um lado para o outro, com enorme emoção. Jordão colocou Portugal em vantagem e depois começou o cerco francês. Domergue fez o 2-2, abrindo caminho para o capitão Michel Platini, que tinha estado na origem dos dois primeiros golos de França, marcar o seu oitavo golo na fase final e colocar os gauleses na final. Os festejos foram efusivos.
1996: França 3-2 Portugal (Djorkaeff 24 75, Pedros 76; Couto 23, Rui Costa 31)
O Parc des Princes foi palco de um grande espectáculo, com ambas as equipas a mostrarem as qualidades que lhes permitiriam chegar longe no EURO '96. Portugal abriu a contagem com um cabeceamento de Fernando Couto, mas a França reagiu de imediato, com Youri Djorkaeff a empatar depois de combinar de forma sensacional com Zinédine Zidane. Rui Costa recolocou os visitantes em vantagem, mas Djorkaeff voltou a empatar. Reynald Pedros fez o 3-2 e consumou a reviravolta.
2000: França 2-1 Portugal, go (Henry 51, Zidane 117pen; Nuno Gomes 19)
Portugal voltou a encontrar a França numa meia-final do EURO e desfez o nulo em Bruxelas no seu primeiro remate à baliza, aos 19 minutos, através de Nuno Gomes. Mas o campeão do Mundo esteve à altura do desafio, conseguindo empatar através de Thierry Henry. Porém, se o cabeceamento de Abel Xavier, nos descontos, tivesse saído fora do alcance de Fabien Barthez, teria sido Portugal, e não a França, a chegar à final. Quando muitos já pensavam no desempate por grandes penalidades, Zinédine Zidane garantiu o triunfo gaulês quase no fim do prolongamento, convertendo um penalty a castigar mão de Abel Xavier após um remate de Sylvain Wiltord. Foi um golo de ouro que ditou o apuramento gaulês.
2006: Portugal 0-1 França (Zidane 33pen)
O pesadelo repetiu-se para Portugal, com um penalty de Zidane a decidir o encontro entre os dois países em mais uma meia-final de uma grande competição. O duelo em Munique, no Mundial, foi muito equilibrado e só se decidiu quando Ricardo Carvalho derrubou Henry na área. "Zizou" fez o resto - no penúltimo jogo pela selecção - e a França não sofreu mais sobressaltos, a único calafrio surgiu quando Barthez não conseguiu segurar um livre de Cristiano Ronaldo e Luís Figo, na recarga, rematou por cima.