Cinco razões que tornam a Croácia candidata

A melhor equipa desde 1998 
Todas as selecções da Croácia que se seguiram à que conquistou o terceiro lugar no Campeonato do Mundo de 1998 têm vivido à sombra de jogadores como Davor Šuker, Zvonimir Boban e Robert Prosinečki. Nunca nenhuma chegou lá perto, até agora. Foi em Bordéus que a Croácia bateu a Roménia nos oitavos-de-final em 1998 e na terça-feira a geração actual fez ainda melhor nessa mesma cidade.

É uma verdadeira equipa
Darijo Srna é o capitão e faz um grande trabalho na motivação da equipa, enquanto Luka Modrić é a grande figura em campo. No entanto, o médio do Real Madrid não jogou frente a Espanha e as muitas alterações na equipa resultaram muito bem, o que prova a qualidade do lote de convocados. Não me lembro da última vez que vi este espírito na selecção da Croácia. "Os jogadores disseram-me que o ambiente nunca foi tão bom", explicou o seleccionador Ante Čačić.

Contrariedades dão força 
Momentos que deviam ter sido de festa transformaram-se em períodos de luto. O pai de Srna morreu quando o defesa estava em França, Čačić também teve de ir a um funeral e o treinador de guarda-redes, Marijan Mrmić, também perdeu seu pai. O equipa uniu-se ainda mais nestes momentos. O último desejo do pai de Srna foi que o filho desse o máximo pela Croácia na última grande competição antes do adeus à selecção.

• Croácia 2-1 Espanha: Crónica de Bordéus
• Del Bosque: "Os jogadores ficaram sentados em silêncio"
• O decorrer do jogo

São destemidos 
"Jogámos contra a melhor equipa do mundo e não mostrámos qualquer sinal de receio", destacou Čačić. Tem toda a razão. Quando vi a jovem equipa que ia alinhar de início, pensei que o treinador se tinha contentado com o segundo lugar do grupo. A tarefa já não era fácil e ficou ainda mais complicada quando a Espanha marcou cedo. Tiveram depois uma recuperação incrível, não mostrando qualquer receio dos grandes palcos.

O treinador
Čačić é relativamente desconhecido, mas acreditem em mim, pode ser decisivo para conduzir esta equipa até às rondas mais adiantadas da prova. Na verdade, ele é algo que nunca tinha visto, não é apenas um treinador, mas também um mentor, um psicólogo e um amigo dos jogadores. Para além de tudo isto, ainda encontra tempo para ser analítico e estudioso. Está sempre pronto para conversar, discutir e debater. É exactamente o que esta equipa precisa.