Há alguma coisa que Andrés Iniesta não saiba fazer?

Chega uma altura em que somos mesmo forçados a questionar: Há alguma coisa que Andrés Iniesta não consiga fazer?

Sim, ele é um dos melhores de sempre. Sim, ele acumulou mais troféus e medalhas do que qualquer outro jogador da Espanha (talvez até do Mundo). Sim, ele foi o grande jogador do último Europeu, há quatro anos, concretizando o golo da vitória da Espanha no FIFA World Cup de 2010. Tudo isto já sabiamos.

Também está devidamente documentado que depois da final da UEFA Champions League de 2009, o avançado inglês Wayne Rooney brindou Iniesta com o título de "melhor jogador do Mundo". Naquele ano, o médio espanhol conquistou a Champions League, a Liga espanhola e a Taça do Rei e na época de 2014/15, novamente ao serviço do Barcelona, voltou a repetir a proeza.

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Mesmo assim, este ícone do futebol tem sido mal interpretado e subestimado. Alguns erradamente percepcionam o jogador como um belo solista, capaz de criar notas celestiais, mas não com a necessária personalidade para liderar uma orquestra.

É verdade, foi o central Sergio Ramos quem envergou a braçadeira de capitão no jogo de segunda-feira, frente à República Checa, relativo ao Grupo D, face à ausência do guardião Iker Casillas, relegado para o banco de suplentes. Contudo, Iniesta demonstrou no terreno que não havia nenhum vazio de lidarança na armanda espanhola.

O seleccionador checo montou um esquema inteligente e exigente que estava a frustrar o Campeão Europeu e o guardião Petr Čech bloqueava as tentativas de Álvaro Morata, David Silva and Jordi Alba. Perante as dificuldades, Iniesta simplesmente fez questão de elevar a fasquia.

O talentoso jogador, de 32 anos de idade, mexia no jogo e fazia com que os checos se movessem tanto para a direita, como para a esquerda e para o centro. Ele testava, passava e solicitava.

Havia jogadores espanhóis que estavam num nível B+ que rapidamente passaram a estar num patamar A+ graças às palavras, ao trabalho e à maravilhosa habilidade técnica de Iniesta.

Foi uma performance de tal ordem que nos leva a dizer: "Não vamos perder este jogo, não no meu turno!"

"Jogar bem é muito bonito, mas temos de marcar golos no jogo e não estávamos a conseguir isso até aos últimos minutos do jogo", afirmou Iniesta EURO2016.com após o jogo.

"Penso que jogámos bem. O nosso adversário estava a revelar dificuldades para sair da sua grande área e frequentemente jogámos muito adiantados.

Tínhamos de encontrar uma forma de ultrapassá-los mais cedo ou mais tarde. Conseguimos uma vitória que nos coloca numa posição muito agradável, pelo que podemos estar mais confiantes para o que nos espera. Este jogo deu-me sensações positivas."

Vrba vai seguramente repreender o lateral-direito que permitiu a Iniesta fazer o cruzamento com o seu pé direito para o colega de equipa no Barcelona, Gerard Piqué, marcar subtilmente de cabeça o golo da vitória da Espanha.

Iniesta sublinha: "O Geri foi formidável e foi maravilhoso terminar o jogo desta forma, com um golo nos últimos minutos."