Conte sobre como criar fatos, identidade e mentalidade
terça-feira, 5 de abril de 2016
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Antonio Conte, futuro treinador do Chelsea, falou ao UEFA.com sobre a sua filosofia - "um treinador tem de ser como um bom alfaiate" – e a diferença entre treinar um clube e uma selecção.
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UEFA.com: Descreva-nos a sua filosofia. Qual é o sistema de jogo preferido?
Antonio Conte: Digo sempre que um treinador tem que ser como um bom alfaiate. Consoante os jogadores disponíveis, e as suas qualidades, temos de fazer um bom fato. Tentamos juntar as características e qualidades de diferentes jogadores.
UEFA.com: A sua filosofia [com a Itália] procura ser a de um futebol ofensivo. Pensa que é a correcta?
Conte: A Itália não marcou muitos golos na fase qualificação, mas isso deveu-se principalmente ao facto de termos desperdiçado oportunidades, e também porque enfrentámos equipas que jogaram muito recuadas, que actuaram de forma muito defensiva, achando que perder por 1-0 connosco é um sucesso.
UEFA.com: Como encontra o equilíbrio correcto entre jogar um futebol sólido e de ataque?
Conte: Bem, o importante é a maneira como trabalhamos. Queremos aproveitar ao máximo cada vez que nos juntamos. Essa é uma pequena desvantagem que temos em relação ao trabalho nos clubes, pois temos pouco tempo juntos.
UEFA.com: Ser seleccionador é mais difícil do que trabalhar num clube?
Conte: Acho que sim. Num clube temos a possibilidade de trabalhar e treinar com os jogadores todos os dias, moldar a sua mentalidade. Muita vezes temos que ultrapassar dificuldades no treino, como quando cheguei à Juventus, onde tivemos de nos focar mais em tácticas, intensidade, desejo, determinação, entusiasmo e na organização táctica.
Gianluigi Buffon, guarda-redes da Itália, foi colega de equipa e pupilo de Conte na Juventus ...
UEFA.com: Conte foi seu colega e treinador no clube. Qual o seu relacionamento com ele?
Gianluigi Buffon: Bem, é um relacionamento que existe desde que jogamos juntos. Ele nunca foi uma pessoa de falar muito, mas foi um exemplo em campo e fez com que os companheiros o seguissem.
Como treinador, ele tornou-se ainda melhor e aperfeiçoou qualidades de liderança e orientação, como um treinador deve ter - e isso conferiu-lhe ainda mais força. Tenho que dizer que, para mim, ele foi uma revelação. Não pensava que pudesse enveredar pela carreira de treinador, e quando ele começou, em 2011, acabou por ser uma grande surpresa, boa para mim e para os restantes jogadores.
Ambas as entrevistas decorreram em Novembro.