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Espanha triunfante à sua maneira

Um "falso nº9", um sumptuoso penalty e uma defesa extraordinária contribuíram para a Espanha fazer história, numa campanha memorável no UEFA EURO 2012.

Os jogadores espanhóis festejam a conquista do UEFA EURO 2012 após baterem a Itália na final
Os jogadores espanhóis festejam a conquista do UEFA EURO 2012 após baterem a Itália na final ©Getty Images

A Espanha selou a conquista de um torneio memorável e fez história ao voltar a erguer, este domingo, a Taça Henri Delaunay. Muitas outras selecções de renome tentaram tal feito, mas não foram bem-sucedidas. A selecção espanhola não só se tornou na primeira a defender com êxito a conquista do Campeonato da Europa, como é a primeira a combinar a conquista de três competições internacionais consecutivas. Nem a República Federal da Alemanha nem o Brasil, na década de 1970, nem a França de Zinédine Zidane... nenhum outro grupo de jogadores conseguiu aquilo que os espanhóis conseguiram, num feito iniciado sob o comando de Luis Aragonés, há quatro anos, e agora selado nos anais da história.

Resumo
Simplificando, a Espanha soube encontrar soluções. Quando não se pode contar com um jogador como David Villa, o melhor goleador da história da selecção espanhola, os golos têm, necessariamente, de se tornar num problema. Quando se acendeu o debate sobre o "falso nº9" em vez de um ponta-de-lança "à moda antiga", Vicente del Bosque, Cesc Fàbregas e Fernando Torres continuaram o seu trabalho. A Itália deixou-se empatar por um golo do ex-capitão do Arsenal FC, Torres mostrou o que valia frente à Republica da Irlanda e Fàbregas voltou a ser determinante frente à Croácia.

Um raro bis de Xabi Alonso abateu a França, mas Fàbregas decidiu a meia-final frente a Portugal ao bater com êxito a grande penalidade decisiva, antes de Torres, saltar do banco para brilhar nos derradeiros minutos da final e garantir a conquista da Bota de Ouro adidas.

Ponto alto
Sem dúvida a combinação Sergio Ramos-Iker Casillas frente a Portugal. Depois de Xabi Alonso ter falhado o primeiro penalty do desempate, o homem que muitos apelidam de San Iker (São Iker) evitou que os espanhóis entrassem em pânico ao defender a conversão seguinte, antes de Sergio Ramos, com uma classe enorme, surpreender Rui Patrício e converter com êxito a sua tentativa. Foi o ponto de viragem, pleno de coragem, que deixou tudo e todos de boca aberta. Há que lhe tirar o chapéu.

Elemento-chave
Tarefa muito complicada, mas a escolha acaba por recair sobre Del Bosque. O técnico apostou no duplo "pivot" e manteve-se sempre fiel à sua opção. Encontrou soluções para a ausência de David Villa e para o lento regresso de Fernando Torres à sua melhor forma. Perante todas estas dificuldades, efectuou substituições que resultaram em golos e manteve um sentido de humor e uma elegância dignas no lugar que agora conquistou no panteão dos treinadores.

Esperança para o futuro
Chegada recente à selecção, Jordi Alba esteve soberbo e coroou um excelente torneio com um fantástico golo na final. Para além disso, os outros jovens campeões europeus Sub-21, Juan Mata e Javi Martínez, tiveram bem menos oportunidades de mostrar o seu valor, embora o jogador do Chelsea FC tenha ainda tido tempo de marcar frente à Itália. Vários jogadores dessa selecção Sub-21 orientada por Luis Milla estão a bater à porta da selecção principal, mas nenhum dos jogadores da "velha guarda" parece disposto a abdicar da sua posição. O futuro parece mais do que garantido.

Estatística vital
Desde a sua eliminação no Campeonato do Mundo de 2006, a Espanha soma dez jogos consecutivos sem sofrer golos em fases a eliminar de grandes competições.

Últimas palavras
"Penso que é muito complicado ser-se campeão uma vez, ser-se campeão duas vezes é ainda mais difícil e ser-se campeão três vezes é simplesmente brilhante! Estes jogadores realizaram um trabalho extraordinário, e há que lhes dar os parabéns". Del Bosque, resume o feito alcançado pelos seus jogadores.

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