Aragonés recorda triunfo em Viena
domingo, 1 de julho de 2012
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Com a Espanha a tentar fazer história frente à Itália, este domingo à noite, Luis Aragonés fala sobre o que se passou há quatro anos, altura em que iniciou o seu período dourado.
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À medida que a Espanha tenta fazer história, tornando-se na primeira equipa a revalidar o troféu Henri Delaunay e prosseguindo o seu actual período dourado, o homem que arquitectou o início dessa era fala com o UEFA.com sobre o jogo que mudou tudo.
Depois de 44 anos de expectativas goradas, após o sucesso no Campeonato da Europa de 1964, Luis Aragonés remodelou a "la roja", incutindo uma mentalidade vencedora no seu jogo baseado na posse de bola. A táctica deu frutos no UEFA EURO 2008. Antes do encontro decisivo frente à Itália, esta noite, Aragonés recorda esse dia em Viena, há quatro anos.
UEFA.com: Como é que o UEFA EURO 2008 tinha corrido à Espanha antes da final?
Luis Aragonés: Tínhamos uma equipa vencedora, que não gostava de perder. E para perder, tinham que conjugar-se vários factores, porque normalmente eram fortes, sabiam jogar, eram inteligentes e formavam uma equipa forte psicologicamente. Mesmo eu fiquei algumas vezes surpreendido com a força mental desta equipa. Não importava se enfrentavam jogadores melhores ou piores, tinham uma força mental extraordinária e isso ajudou-nos a nunca desistir e a pressionar durante todo o jogo, à procura da vitória.
UEFA.com: Como abordou a final frente à Alemanha?
Aragonés: A Alemanha era um adversário muito difícil. Treinei o Gary Lineker, e uma vez disse-lhe: se das duas equipas em confronto, uma delas é alemã, então é quase certo que ela vai ganhar. Por isso, mesmo detalhes como esse, o estado de espírito que as equipas têm antes de enfrentarem a Alemanha, precisam de ser ultrapassado. Sabíamos as dificuldades que íamos ter com a Alemanha.
A Alemanha é um país com uma mentalidade muito vencedora. Pode ter mais ou menos capacidade técnica do que a equipa que defronta, mas sabe o que é preciso fazer para ganhar competições. Por isso, com tudo isto em mente, sabíamos que não nos bastava jogar melhor, mas também ter mais força mental que o adversário, e saber de que forma a Alemanha ia tentar bater-nos.
UEFA.com: Como preparou os jogadores para a final?
Aragonés: Optei por uma abordagem diferente daquela que eles estavam à espera. Comecei a contar-lhes anedotas sobre vários jogadores alemães, em vez das suas virtudes, para que pudessem entrar em campo o mais tranquilos possível. Já tínhamos a nossa forma de jogar e de actuar em campo. Sabíamos que tínhamos de manter a posse da bola e atacar. Sabíamos que, se tivéssemos a bola, dominávamos o jogo. Tentámos afastar o nervosismo e ansiedade que um grupo pode ter antes da final.