Clássicos do EURO: Portugal 1-0 França, 2016
terça-feira, 2 de junho de 2020
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Veja a final do EURO 2016 em UEFA.tv, mas antes confira como chegaram até lá.
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"Um dos momentos mais felizes" da carreira de Cristiano Ronaldo aconteceu quando Portugal defrontou a favorita e anfitriã França na final, em Saint-Denis.
Contexto
Vice-campeão frente à Grécia como anfitrião do EURO 2004, Portugal registou três empates na fase de grupos e seguiu em frente como um dos melhores terceiros classificados. Precisou do prolongamento para afasta a Croácia e do desempate por penáltis para eliminar a Polónia, antes de selar o lugar na final do EURO ao bater o País de Gales nas meias-finais. O seleccionador Fernando Santos prometeu que a final iria "dar ao povo português a maior alegria das suas vidas". Vencedora em 1984 e 2000, e favorita a erguer a taça pela terceira vez, a França, organizador do torneio, tinha encabeçado o seu grupo antes de deixar pelo caminho República da Irlanda, Islândia e Alemanha na fase a eliminar.
Jogadores-chave
Antoine Griezmann: Elemento fundamental na caminhada do Atlético até à final da UEFA Champions League de 2015/16, o avançado apontou seis golos nos seis primeiros jogos da França no EURO 2016 – incluindo os dois da meia-final diante da Alemanha.
Dimitri Payet: Após uma temporada fantástica em Inglaterra, ao serviço do West Ham – com nove golos e 12 assistências –, Payet marcou mais três vezes a caminho da final de 2016, tendo sido eleito Melhor em Campo em duas ocasiões.
Cristiano Ronaldo: O capitão de Portugal conquistou a sua terceira medalha de vencedor da Champions League antes desta fase final, com o Real Madrid. Fez por duas vezes os golos do estonteante empate 3-3 frente à Hungria que permitiu à equipa apurar-se para a fase a eliminar.
O que aconteceu
Com os Les Bleus a assumirem o ascendente do encontro desde cedo, Portugal perdeu o seu "melhor jogador e líder", nas palavras de Pepe, uma vez que uma lesão obrigou à substituição de Ronaldo aos 25 minutos. Contudo, o capitão manteve-se na linha lateral e esteve sempre interventivo, dando "força e energia positiva" a Eder, entrado no decorrer da segunda parte.
O gaulês André-Pierre Gignac esteve perto de virar herói de Saint-Denis, ao acertar no poste nos descontos, mas a final manteve-se sem golos nos 90 minutos. Fernando Santos disse ter vivido "emoções incríveis" quando Eder fugiu à marcação e fez o golo aos 109 minutos, num remate rasteiro de longe que permitiu ao grupo conhecido como Os Navegadores erguer a Taça Henri Delaunay.
Reacções
Fernando Santos, seleccionador de Portugal: "Fomos simples como as pombas, prudentes como as serpentes."
Pepe, defesa de Portugal e Melhor em Campo: "Foi uma vitória da humildade, pois representamos o povo português, que é isto: humildade, trabalho e superação. É um título inesquecível."
André-Pierre Gignac, avançado da França: "Disse a mim próprio no duche que ter acertado no poste me vai assombrar até ao fim da minha carreira e mesmo depois. É um pesadelo."
Hugo Lloris, guarda-redes da França: "Devemos estar orgulhosos do que fizemos. Mesmo tendo perdido o jogo, fizemos muitas coisas positivas."
O pós-EURO 2016
Dois anos depois, Portugal seria eliminado pelo Uruguai nos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo da FIFA de 2018.
No entanto, houve nova conquista de um troféu quando o país organizou e venceu a edição inaugural da UEFA Nations League de 2019. Um golo de Gonçalo Guedes, aos 60 minutos, bastou para derrotar os Países Baixos na final realizada no Porto – naquele que foi o décimo jogo dos portugueses sem perder.
A França recuperou da desilusão em 2018, na Rússia, ao erguer o Troféu Jules Rimet, entregue ao vencedor do Campeonato do Mundo, pela segunda vez na sua história. Didier Deschamps tornou-se também no terceiro homem a vencer a prova como jogador (1998) e treinador.