Rússia no momento da verdade

O avançado russo Dmitri Sychev disse que a sua equipa vai enfrentar um jogo de "vida ou morte" frente à Grécia, em Salzburgo, no sábado, naquela que será uma oportunidade para a formação de Guus Hiddink manter em aberto a sua continuidade no UEFA EURO 2008™.

Agressividade é importante
Sychev admite que a derrota da Rússia por 4-1 frente à Espanha, no primeiro jogo do Grupo D, ainda pesa sob o grupo de trabalho. "A equipa perdeu, portanto como é que acha que eu me sinto?", disse. "Foi um mau resultado e agora não temos outra alternativa senão derrotar a Grécia. Só pensamos nisso. Vai ser um jogo de emoções fortes e é importante que sejamos agressivos, no bom sentido da palavra, claro". O jogador do FC Lokomotiv Moskva, que tem sido utilizado como extremo-direito por Hiddink, falou sobre a sua substituição ao intervalo do jogo com a Espanha. "Fiquei desiludido, tal como outro jogador ficaria, especialmente ao intervalo. Mas se calhar foi para bem da equipa".

"Jogo de vida ou morte"
A importância do desafio frente à Grécia não pode ser subestimada. "Para nós, cada jogo é de vida ou morte", acrescentou Sychev. "Somos todos adultos e compreendemos que tudo depende deste jogo. Não precisamos de motivação adicional". O futebolista, de 24 anos, também respondeu a uma questão relacionada com a forte crítica suscitada por adeptos e comunicação social à equipa. "Estamos a par de tudo. Não os censuro, cabe aos adeptos decidir o que acharam da nossa actuação, apesar de eu ter a minha própria opinião, que prefiro no entanto não expressar. Mas se os adeptos dizem que jogámos com pouca determinação nessa partida... o que é que eu posso fazer? Fomos criticados, mas caso ganhemos este próximo jogo, seremos heróis novamente. Por vezes é difícil de compreender a mentalidade do povo russo".

"Derrota por culpa própria"
Sychev, que também esteve presente no UEFA EURO 2004™, em Portugal, onde a Rússia também fez parte do mesmo grupo que Grécia e Espanha, relembrou a derrota por 1-0 frente à "furia roja" no Estádio Algarve e insistiu que a Rússia melhorou desde essa altura. "Lembro-me desse jogo, mas este foi diferente. Desta vez perdemos por nossa culpa. Os nossos erros foram por demais evidentes e sofremos os quatro golos na sequência desses erros, mas jogámos sem medo do adversário desde o início da partida. Há quatro anos sabíamos que não tínhamos hipóteses. Não tínhamos esperança num bom resultado e estávamos num patamar competitivo mais baixo".

Encontro anterior
O avançado regista 42 internacionalizações no seu currículo e 15 golos marcados pela selecção e também se lembra da vitória por 2-1 frente à Grécia, há quatro anos. "Nessa altura, não podíamos imaginar que viriam a vencer o torneio. Por outro lado, estávamos mais descontraídos, já que estávamos eliminados de antemão, à entrada para a última jornada da fase de grupos. Não tínhamos qualquer tipo de pressão, por isso limitámo-nos a jogar, de forma fácil, e por isso ganhámos. Agora, o treinador da Grécia continua a ser o mesmo e a sua maneira de jogar também não foi alterada. São fortes na defesa, mas não posso adiantar mais do que isto. Nesta altura, só estou preocupado com a minha equipa".