Inglaterra bate URSS e termina no pódio do EURO 1968
quinta-feira, 2 de outubro de 2003
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Inglaterra 2-0 URSS
Os campeões mundiais ficaram em terceiro lugar na sua estreia no EURO.
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A campeã mundial Inglaterra esperava muito mais da sua estreia no Campeonato da Europa da UEFA, mas os golos de Bobby Charlton e Geoff Hurst não a deixaram regressar a casa de mãos vazias.
Charlton pôs a equipa de Alf Ramsey a caminho da vitória a seis minutos do intervalo, aparecendo na área na altura certa para encostar e fazer o golo. Hurst tinha feito o trabalho difícil e o jogador do West Ham United, de regresso ao ataque inglês depois de ter ficado de fora na derrota frente à Jugoslávia, nas meias-finais, três dias antes, justificou plenamente a escolha ao apontar o segundo à passagem da hora de jogo.
Não havia volta a dar para a União Soviética, ainda a digerir a profunda desilusão da eliminação nas meias-finais, nas quais a Itália se apurou devido ao desempate por moeda ao ar. No entanto, foi uma equipa sem alterações que começou o jogo de forma brilhante diante dos 68.817 espectadores presentes no Stadio Olimpico. E, caso Eduard Malofeev, isolado ao segundo poste, tivesse finalizado o excelente cruzamento madrugador de Gennadi Yevryzhikhin de outra forma, teria mesmo inaugurado o marcador.
Em vez disso, o avançado cabeceou à figura de Gordon Banks e a Inglaterra acabou gradualmente por assumir o controlo dos acontecimentos. Roger Hunt rematou por cima depois de Yuri Pshenichnikov ter desviado para o seu caminho um cruzamento de Tommy Wright na esquerda, que se estreou como lateral. De forma idêntica, Charlton atirou por cima após boa arrancada de Bobby Moore, à medida que a defensiva inglesa aproveitava o espaço que lhe era concedido e, na ocasião seguinte, a URSS pagou caro o facto.
Mais uma vez, Moore iniciou a jogada, avançando bem para dentro do meio-campo adversário antes de colocar a bola na esquerda, em Peters, colega de equipa no West Ham. O cruzamento do médio para a grande área encontrou Hurst e este, rodeado por defesas, limitou-se a endossar a bola a Charlton – resultado: 1-0.
No entanto, o jogo estava longe de ser de sentido único e no início da segunda parte a URSS inverteu a tendência, tendo ficado perto de marcar aos 60 minutos. Primeiro, o remate de Malofeev foi desviado por cima, no seguimento de uma jogada em que Anatoli Banishevski levou a melhor no duelo com Wilson. Depois, no canto, Banks quase se deixou surpreender ao primeiro poste.
Vencedora do Campeonato do Mundo dois anos antes, era expectável que a Inglaterra fosse capaz de aguentar o ímpeto soviético, mas a sua confiança tinha ficado fragilizada com derrotas frente à Escócia e, na véspera do torneio, diante da República Federal da Alemanha. Por isso, o golo de Hurst constituiu um enorme alívio.
O início da jogada foi suficientemente inofensivo, com Peters a enganar Gennadi Logofet no meio campo e a avançar no terreno. O seu remate foi interceptado, mas a bola sobrou para Hurst e este, com perícia, contornou Pshenichnikov antes de rematar para a baliza deserta.
Ainda assim, a Inglaterra continuou a pressionar e Hunt e Charlton estiveram à beira de dilatar a vantagem, mas o conjunto de Ramsey já fizera o suficiente. Contudo, após o apito final, os festejos foram discretos: afinal de contas, esta era a final que ambas as equipas desejavam.
Equipas
Inglaterra: Banks; Wilson, Labone, Moore, Hunter, Wright; Charlton, Peters, Stiles; Hurst, Hunt
Suplentes: nenhum
Treinador: Sir Alf Ramsey
URSS: Pshenichnikov, Afonin, Banishevski, Byshovets, Yevryuzhikhin, Istomin, Kaplichni, Malofeev, Shesternev, Lenev, Logofet
Suplentes: nenhum
Treinador: Mikhail Yakushin
Árbitro: István Zsolt (Hungria)