O'Neill com projecto de dois anos na Irlanda

Ao contrário de outros que o antecederam no cargo de seleccionador da República da Irlanda, Martin O'Neill, que em tempos chegou a envergar a braçadeira de capitão da selecção principal do seu país, prefere não olhar demasiado para o futuro e pensa, para já, apenas na fase de qualificação para o UEFA EURO 2016.

"Penso que isso é o mais certo", explicou o antigo treinador do Celtic FC, que terá como adjunto Roy Keane. "Se não tiver sucesso nesta fase de qualificação, não mereço continuar. Foi isso que disse também ao Roy, que se falharmos ele sairá comigo. Não há outra hipótese."

Jogadores, comunicação social e adeptos mostraram-se, todos eles, extremamente entusiasmados quando a Federação Irlandesa de Futebol (FAI) apresentou O'Neill e Keane, após uma negativa campanha de qualificação para o Mundial de 2014. "A reacção de todo o país tem sido incrível e precisávamos disso para nos motivarmos", destacou Robbie Keane, actual capitão e melhor marcador de sempre da Irlanda.

O'Neill procedeu já a algumas pequenas alterações, mas uma das mais significativas passa pela presença regular em jogos de clubes onde actuam jogadores irlandeses, algo que o antecessor, Giovanni Trapattoni, raramente fazia. Para O'Neill, de 61 anos, tal faz parte das funções às quais se está agora a habituar. "Nunca tinha trabalhado numa selecção e é, sem dúvida, muito diferente", admitiu.

Keane, por seu lado, reconhece que a decisão de embarcar com O'Neill nesta aventura foi algo surpreendente, mas salienta que se tratava de uma proposta impossível de rejeitar. "Há quem ache que fui um pouco louco, mas teria sido louco se não aceitasse", explicou o antigo médio do Manchester United FC. "Não havia nada em mim que me dissesse que isto não era para mim. Mal me encontrei com o Martin, disse-lhe que sim."