Invictos de Iordănescu': Roménia 1998 contra Roménia 2016
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
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Pela segunda vez, Anghel Iordănescu apurou a Roménia para um torneio em França sem derrotas. Paul-Daniel Zaharia compara a geração de 1998 com a de 2016.
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A Roménia vai participar pela primeira vez numa grande competição desde o UEFA EURO 2008, quando viajar até França no próximo Verão. No entanto, depois de terminada a qualificação, decidimos olhar para o passado.
Na primeira das suas três passagens como seleccionador nacional, Anghel Iordănescu levou a Roménia ao Campeonato do Mundo de 1998, tendo orientado todas as partidas em 1997 – oficiais e particulares – sem somar derrotas. Passados 18 anos, a Roménia atingiu de novo uma fase final em França sem perder e - pela primeira vez desde 1997 – passou um ano civil sem perder.
Iordănescu, de 65 anos, treinava as duas formações, enquanto Viorel Moldovan – autor de seis golos nessa fase de qualificação e que foi com a Roménia até aos oitavos-de-final em França – é agora adjunto daquele que foi eleito como melhor treinador do país no século XX. No entanto, é aí que terminam as semelhanças.
Registo da Roménia no apuramento para o Mundial de 1998: V9 E1 D0 GM37 GS4
Registo da Roménia no apuramento para o EURO 2016: V5 E5 D0 GM11 GS2
Série sem derrotas da Roménia em 1997: V6 E2 D0 GM27 GS5
Série sem derrotas da Roménia em 2015: V2 E5 D0 GM7 GS3
A "Geração de Ouro" que atingiu os quartos-de-final do Mundial de 1994, a que se seguiram presenças no EURO '96, no Mundial de 1998 e no EURO 2000, contava com uma super-estrela, no caso Gheorghe Hagi, antigo criativo de Real Madrid e Barcelona, a que se juntou jogadores de outros clubes de topo: Dan Petrescu, do Chelsea, Adrian Ilie, do Valência, Dorinel Munteanu, do Colónia, enquanto o Coventry de Moldovan estava no principal escalão inglês.
A actual geração joga quase toda em campeonatos menos ilustres, mas mesmo os principais jogadores – o defesa do Nápoles, Vlad Chricheş, o guarda-redes da Fiorentina, Ciprian Tătăruşanu e o capitão Răzvan Raţ, que milita no Rayo Vallecano – não são de todo estrelas globais. O que a "Geração de Ouro" obtinha fruto da sua capacidade técnica, a actual consegue através de uma disciplina de ferro. A Roménia tem o melhor registo defensivo na qualificação para o EURO 2016 – apenas dois golos sofridos – com os titularíssimos defesas-centrais Dragoș Grigore e Chiricheș, a que se junta Tătărușanu na baliza e o lateral-esquerdo Raț a funcionarem como as traves mestras da equipa.
"Não temos mais super-estrelas", afirma Iordănescu. "É difícil darmos um espectáculo agradável para as pessoas; é difícil jogarmos um futebol super-atacante quando não temos jogadores como aqueles - que eram de grande nível. Desta vez conseguimos o apuramento através de uma boa organização - uma defesa bem estruturada e capacidade para atacar e criar ocasiões". Pouco bonito, mas muito eficaz.