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Análise ao Porto campeão

Após a confirmação do Porto como novo campeão nacional, analisamos o que esteve na base do regresso portista aos títulos da equipa principal, após um jejum de quatro épocas.

No regresso ao clube, agora como treinador, Sérgio Conceição recolocou o Porto na rota dos títulos.
No regresso ao clube, agora como treinador, Sérgio Conceição recolocou o Porto na rota dos títulos. ©Getty Images

Após quatro épocas de ausência, o FC Porto voltou a sagrar-se campeão nacional. Quando a época passada terminou, os "dragões" tinham batido o seu recorde de mais épocas sem ganharem o campeonato (quatro), alternando entre o segundo e o terceiro lugar.

Pior foi o facto de o arqui-rival SL Benfica ter somado quatro títulos seguidos. Por isso, os portistas, que não ganhavam qualquer título da equipa principal desde Agosto de 2013, no caso a Supertaça de Portugal, queriam inverter esta tendência negativa.

Para orientar a equipa, apostaram num antigo jogador: Sérgio Conceição. O técnico tinha passado pelo clube em dois períodos distintos e sabia perfeitamente o que era vencer em campo pelo Porto, ao contrário do seu antecessor, sendo uma das figuras do Porto pentacampeão, entre 1995 e 1999. Extremo que misturava em igual dose talento e capacidade de luta, foi precisamente a última que conseguiu transmitir ao plantel, algo que tinha faltado em épocas anteriores.

A política de contratações sofreu alterações, com o Porto a privilegiar o regresso de jogadores emprestados e a contratação por empréstimo, tanto no mercado de Verão como de Inverno. Curiosamente, a única contratação a título definitivo, o guarda-redes Vaná, não soma qualquer minuto. No entanto, essa aposta teve bons resultados, com Ricardo Pereira, Vincent Aboubakar e, principalmente, Moussa Marega, a assumirem-se como titulares indiscutíveis e a serem decisivos na conquista do campeonato.

Sérgio Conceição mudou a forma de jogar dos "dragões", apostando no 4-4-2 em vez do habitual 4-3-3, e num futebol mais directo, objectivo e robusto, com o qual conseguiu vitórias concludentes e várias goleadas. A competição não podia ter começado melhor, com sete vitórias seguidas, que ajudaram o Porto a liderar da primeira à 27ª jornada. Apesar das derrotas consecutivas com FC Paços de Ferreira e CF Os Belenenses, fora de casa, que ditaram a perda de liderança, esta durou apenas duas jornadas, com a recuperação a acontecer no importante duelo com as "águias", em Lisboa.

De destacar também o desempenho nos jogos frente a Benfica e Sporting CP. Nos quatro clássicos, o Porto somou oito pontos, graças a uma vitória e um empate frente a cada um dos rivais e também candidatos ao título, que averbaram apenas três pontos cada.

Para estes desempenhos muito contribuíram dois factores: a habitual solidez defensiva "azul-e-branca", assente principalmente em Iván Marcano, Felipe e Danilo Pereira, e a capacidade goleadora dos seus três pontas-de-lança. Neste segundo aspecto, e ao contrário de Benfica e Sporting, que concentraram os golos num único jogador, o Porto teve uma dose considerável de golos por parte de Marega (22), Aboubakar (15) e Soares (8), destacando-se também por contribuírem em períodos distintos, quando se registavam ausências por por lesão ou baixas de forma.

Quanto a jogadores que já estavam no clube e tiveram um papel preponderante, destacam-se Alex Telles, Hector Herrera e Yacine Brahimi. O lateral brasileiro é cada vez mais um importante apoio ofensivo, sendo o jogador com mais assistências no campeonato (12), enquanto o médio mexicano capitaneou a equipa e foi sempre um dos jogadores mais consistentes, ganhando ainda maior importância após a lesão de Danilo. Foi também dele o golo que devolveu a liderança o Porto, no clássico com o Benfica. Quanto ao argelino, conseguiu aliar a notável capacidade técnica que tem a uma maior consistência exibicional, sendo o principal criador de jogo ofensivo da equipa e com óptimos registos a nível de golos e assistências.