A filosofia de jogo de Mauricio Pochettino
terça-feira, 25 de outubro de 2016
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O treinador do Tottenham, Mauricio Pochettino, falou ao UEFA.com sobre a construção da sua filosofia de jogo, o futebol de alta rotação e da sua admiração por Diego Simeone.
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Sobre construir uma filosofia ...
Quando um jogador está a meio da sua carreira não pensa em filosofias – nem uma criança quando joga futebol. Gosta apenas de rematar, passar a bola, marcar golos, defender, e por aí fora.
Mas chegamos a uma altura em que sentimos que algo mudou. Pelo menos a minha mente mudou. Não sei se acontece a toda a gente, mas quando tinha 27 ou 28 anos comecei a ver as coisas de um modo diferente. Comecei a interessar-me sobre como seria a vida de um treinador, as capacidades de gestão de equipa e outros detalhes.
Sobre tornar-se num treinador único ...
Passei horas com treinadores experientes e aprendi algo com todos eles, mas não procurei um modelo para imitar durante a minha carreira de treinador. No final construímos algo nós próprios. Não penso que imitar ou procurar um modelo tenha sido a minha abordagem. Em vez disso tentei construir algo novo, algo que gostava e que sentisse ser meu, aos poucos.
Sobre a importância do "pressing" ...
Não penso que sejamos corajosos por jogarmos um estilo de futebol ofensivo, ou que somos menos corajosos por jogarmos no contra-ataque ou de forma mais organizada. Temos de respeitar toda as ideias, todas são válidas.
Temos de expressar e desenvolver o nosso plano com base no que somos, para conseguirmos gerir a nossa equipa. Mas quando pressionamos muito, as pessoas consideram essa equipa corajosa. Penso que isso é questionável.
Sobre manter a consistência ...
Todos os treinadores e seu "staff" possuem o seu estilo próprio e o mais importante é ser consistente no que fazemos. É escusado jogar num determinado estilo se não acreditamos nele, se não nos fizer sorrir e não não nos deixar satisfeitos com o futebol. As coisas podem sempre mudar, mas o mais importante é nunca perdermos o nosso rumo.
Sobre alimentar o espírito de equipa ...
Penso que a união tem de surgir de forma espontânea. Não é algo que se possa impor - Não podemos dizer simplesmente: "Rapazes, temos de nos manter unidos, gostar uns dos outros, ter disciplina e respeitar-nos uns aos outros. "É importante dar o exemplo, que é o que tentamos fazer desde que aqui chegámos."
Sobre o papel dos adeptos ...
O que Diego Simeone está a conseguir no Atlético Madrid é um exemplo fantástico. Penso que os adeptos são um factor essencial em tudo isto, devem sempre dar à equipa algo extra nos momentos mais importantes. Aqui em White Hart Lane acredito que nos últimos anos os adeptos e elementos do clube entenderam o que estamos a tentar fazer. Penso que eles, mais do que ninguém, reconhecem o trabalho árduo que está a ser feito.
Sobre a sua equipa técnica ...
Penso que os treinadores são a face visível de um projecto muito mais amplo que envolve muitas pessoas. Se não tivermos pessoas fantásticas à nossa volta, que partilham a mesma abordagem e colocam o mesmo esforço no trabalho, é muito improvável que um treinador tenha sucesso na sua missão, que é muito difícil.