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Gento destaca génio de Di Stéfano na era dourada do Real

"Ele queria ganhar sempre, até a jogar matraquilhos", recorda Francisco Gento sobre Alfredo Di Stéfano, seu colega de equipa durante a era de ouro do Real Madrid.

Alfredo Di Stéfano após a vitória do Real Madrid em 1956
Alfredo Di Stéfano após a vitória do Real Madrid em 1956 ©Getty Images

Ver, no último ano, o Real Madrid CF tornar-se campeão europeu de clubes pela décima vez reavivou em Francisco Gento grandes memórias. O único jogador a ter erguido por seis vezes o mais cobiçado dos troféus de clubes da UEFA, agora com 81 anos, falou sobre esse feito com o UEFA.com.

UEFA.com: Qual a melhor recordação que tem das finais que venceu com o Real Madrid?

Gento: Tenho grandes recordações de todas as vitórias, mas talvez a mais importante tenha sido aquela em Bruxelas, frente ao Milan, em 1958. Fomos a prolongamento e eu marquei o golo da vitória. Jamais esquecerei esse momento, embora ainda não existisse televisão na altura e as pessoas não tenham podido assistir a todo o encontro.

UEFA.com: Esteve também na equipa que venceu a primeira edição de sempre da Taça dos Campeões, em 1956. O que recorda desse jogo?

Gento: Já tinha disputado jogos internacionais, mas nunca uma final europeia. E foi só o início. Foi uma enorme alegria para nós e para o clube. Fizemos história no futebol europeu. Di Stéfano marcou e, depois, Rial apontou o golo que carimbou o triunfo, perto do fim. Erguer o troféu constituiu uma alegria imensa, naturalmente.

UEFA.com: Como foi, depois, defender com êxito o troféu na final do ano seguinte, em Madrid?

Gento: Vencemos 2-0 e eu marquei o segundo golo. Foi um bom jogo e, para o Real Madrid, foi maravilhoso vencer diante dos nossos adeptos e erguer o segundo título europeu.

UEFA.com: Alfredo Di Stéfano esteve a seu lado nos primeiros cinco títulos europeus. Como o descreveria?

Gento: Ele era como que o meu irmão mais velho. Olhava para ele como um exemplo. Quando cheguei ao clube tinha 19 anos e ele 27. Ele fazia coisas que eu nunca antes tinha visto: toques de calcanhar, tabelinhas...Di Stéfano conferia sempre um brilho especial aos jogos. E queria sempre ganhar, fosse a jogar matraquilhos ou basquetebol. Depois levava esse espírito de vitória com ele para dentro de campo, contagiando os colegas e o clube.

UEFA.com: O seu último título europeu surgiu em 1966. Que sabor teve?

O sexto triunfo de Gento

Gento: Eu era praticamente o avô da equipa. Foi uma grande final, mas muito dura. Voltar a erguer o troféu depois de alguns anos sem o conquistar, ainda para mais numa final 100 por cento espanhola, foi uma enorme alegria.

UEFA.com: É o único jogador a ter vencido seis títulos de campeão europeu de clubes. Considera ser esse o maior feito da sua carreira?

Francisco Gento após erguer pela sexta vez o título europeu de clubes
Francisco Gento após erguer pela sexta vez o título europeu de clubes©Getty Images

Gento: É um recorde muito difícil de alcançar, pois a verdade é que eu joguei 15 temporadas consecutivas chegando a dez finais, numa altura em que apenas os campeões nacionais tinham acesso á prova. Era ainda mais complicado do que agora.

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