Dragão rima com Falcao

O FC Porto ascendeu esta quarta-feira ao segundo lugar do Grupo D da UEFA Champions League, após receber e bater o Club Atlético de Madrid, por 2-0, em partida referente à segunda jornada. Os dois golos só surgiram no derradeiro quarto-de-hora, com Falcao e Rolando a garantirem a conquista dos primeiros três pontos para os "dragões".

O perigo Hulk
Tal como se esperava, o técnico dos "dragões", Jesualdo Ferreira, procedeu a apenas uma mexida em relação ao "onze" que tinha derrotado o Sporting no fim-de-semana, com o suspenso Fernando a ceder o seu lugar no meio-campo ao argentino Tomás Costa. Do outro lado estava uma formação do Atlético que contava com Simão a titular e que, ao cabo de seis jogos em todas as competições, procurava somar a sua primeira vitória da temporada. O início de encontro revelou uma equipa portista à procura de assumir o controlo dos acontecimentos e a apostar essencialmente nas arrancadas de Hulk pela direita, onde Luis Perea não teve vida fácil no primeiro quarto-de-hora de jogo.

Troca de guarda-redes
Apesar de um certo domínio territorial dos "dragões", os dois primeiros remates à baliza pertenceram ao Atlético, com Diego Forlán e Sergio Agüero a colocarem à prova a atenção de Helton, aos 12 e 19 minutos, respectivamente. O FC Porto denotava dificuldades para deixar para trás o combativo meio-campo "colchonero", onde o trabalho incansável de Paulo Assunção ia impedindo calafrios para o último reduto espanhol. A equipa de Abel Resino sofreu, porém, um revés à passagem do minuto 25, quando o guarda-redes Roberto teve de ser substituído por De Gea, devido a lesão. A troca não produziu qualquer "efeito secundário", pelo que foi sem surpresa que o nulo foi ditando a sua lei ao intervalo, pese embora Mariano González ainda tenha levantado as bancadas do Dragão quando introduziu a bola na baliza contrária aos 42 minutos, mas o lance já tinha sido interrompido pelo árbitro, devido a fora-de-jogo.

Duplo susto
A etapa complementar parecia prometer muito mais tendo em conta o seu arranque, com o suspeito do costume a responder culpado logo aos 47 minutos: Hulk apareceu em progressão na direita e rematou forte, mas a bola tabelou num adversário e saiu para canto. O Atlético respondeu cinco minutos volvidos e quase chegou ao golo. Primeiro foi Tomáš Ujfaluši que concluiu uma excelente jogada de entendimento com um disparo de pé direito que obrigou Helton a defender para canto, antes de Juanito cabecear a rasar a barra. O duplo susto pareceu intranquilizar ainda mais o FC Porto, por momentos incapaz de fazer face à capacidade de passe do adversário.

"Dragão" cresce
Bruno Alves agitou as águas aos 62 minutos com um livre directo ao qual De Gea correspondeu com uma palmada por cima da barra, antes de Jesualdo quase operar uma substituição mágica. Fredy Guarín rendeu Tomás Costa e precisou de escassos segundos em campo para ficar muito perto do 1-0, valendo ao Atlético uma defesa com as pernas de De Gea, na sequência de um forte remate de fora da área. O FC Porto aumentou a pressão e Fernando Belluschi viu o seu remate cruzado ser defendido para canto aos 73 minutos, isto numa fase em que o Atlético já parecia satisfeito com o sempre positivo ponto fora de casa.

Magia de Falcao
E o excessivo recuo "colchonero" foi mesmo castigado aos 75 minutos. Hulk tentou um primeiro remate que foi travado por um defesa contrário, mas revelou-se bem mais letal à segunda, optando por servir Falcao no coração da área. O internacional colombiano mostrou instinto de ponta-de-lança e atirou a contar num fantástico toque de calcanhar que enganou o guardião contrário. O lance galvanizou ainda mais os "azuis-e-brancos" e o 2-0 surgiu mesmo aos 82 minutos, quando Rolando estava no sítio certo para empurrar para o fundo das redes uma bola que tinha sido cabeceada por Bruno Alves e devolvida pelo poste. Estava selado o triunfo portista e a ascensão ao segundo posto do agrupamento. Segue-se a recepção aos cipriotas do APOEL FC, a 21 deste mês.