Especialistas entusiasmados com o EURO 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
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"Foi uma das melhores fases finais do EURO a que assisti", explicou ao UEFA.com o director-técnico da UEFA, Andy Roxburgh, numa altura em que a sua equipa começa a preparar o balanço do EURO 2012.
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O UEFA EURO 2012 estabeleceu um novo patamar no futebol europeu e o Grupo Técnico da UEFA identificou uma série de tendências verificadas na Polónia e na Ucrânia e que agora serão analisadas no relatório técnico global da prova.
"Esta foi uma das melhores fases finais do EURO a que assisti e foi extremamente positiva em todos os aspectos", explicou o director-técnico da UEFA, Andy Roxburgh, ao UEFA.com. "O torneio foi um espectáculo e uma bela demonstração do futebol europeu. O EURO voltou a provar que é um das grandes referências, a par do Campeonato do Mundo e da UEFA Champions League."
"Agora vamos renuir e analisar todo o material resultante das avaliações individuais, reuniões do grupo e relatórios, para elaborar o relatório técnico global da competição", afirmou Roxburgh.
A equipa composta por 11 treinadores credenciados assistiu aos 31 jogos e recolheu inúmeras informações sobre equipas, treinadores e tácticas utilizadas e que irão constar no relatório. O documento será publicado em inglês, francês e alemão e tem a apresentação oficial agendada para o final de Setembro, durante a 9ª Conferência da UEFA para Seleccionadores Nacionais, a decorrer em Varsóvia, na Polónia.
Uma das principais características do UEFA EURO 2012 foi o aumento dos golos de cabeça. "Em 2004 foram marcados 17 golos de cabeça", recordou Roxburgh. "Em 2008 foram 15, mas desta vez tivemos 22, 13 dos quais resultaram de jogadas de bola corrida e nove de cantos ou livres. Os tentos de cabeça resultantes de jogadas de bola parada foram normalmente apontados em zonas muito congestionadas, pelo que não restam dúvidas que a utilização dos árbitros assistentes adicionais teve um impacto dissuasor nos defesas, pois houve menos puxões e empurrões na área."
No UEFA EURO 2012 continuou a ser experimentada uma solução autorizada pelo International Football Association Board (IFAB) em que dois árbitros assistentes adicionais estão posicionados na linha de fundo de forma a dar especial atenção a tudo o que acontece no interior da grande área.
A velocidade de transição continuou a ser um factor táctico importante neste EURO, “tanto na saída para o ataque, como no regresso ao bloco defensivo", explicou Roxburgh. "A República Checa, por exemplo, marcou três golos em contra ataque. As equipas tiveram de aproveitar os espaços para tentar o contra-ataque para superar o bloco defensivo, ou então tinham de contornar ou passar por cima da defesa. Este foi outro dos motivos para o aumento do número de golos de cabeça."
"A Espanha contrariou a tendência geral", destacou Roxburgh. "Marcou 12 golos, um de grande penalidade, dois de bola parada e os outros resultaram de elaboradas trocas de bola."
A Espanha colocou dez jogadores na Equipa do Torneio do UEFA EURO 2012 elaborada pelo Grupo Técnico da UEFA e Andrés Iniesta, um dos maestros dessas trocas de bola, foi eleito o Melhor Jogador do Torneio por ser o símbolo máximo deste estilo de jogo.
O Grupo Técnico da UEFA é composto por Roxburgh e ainda por Fabio Capello (Itália), Jerzy Engel (Polónia), Dušan Fitzel (República Checa), Gérard Houllier (França), Lars Lagerbäck (Suécia), György Mezey (Hungria) e Holger Osieck (seleccionador da Austrália). Jean-Paul Brigger e Walter Gagg providenciaram o "feedback" da FIFA, ao passo que Mordechai Shpigler funcionou como elemento de ligação com o Comité de Desenvolvimento e Assistência Técnica da UEFA.