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Estudo revelador

Jan Ekstrand explicou quais as diferentes lesões que afectam as mulheres e os homens em jogos de futebol.

Dois anos antes de David Beckham contrair a famosa lesão no metatarso nas vésperas do Campeonato do Mundo de 2002, o Comité Médico da UEFA iniciou um estudo exaustivo sobre os riscos de lesão que se colocam aos futebolistas de alta competição e o tipo de mazelas que podem sofrer.

Estudos alargados
Este estudo começou por examinar os padrões de risco e lesão em jogos da UEFA Champions League e, mais tarde, passou a cobrir os encontros realizados em relva artificial (que não era vista como representando um risco maior do que a relva natural) e torneios internacionais. Esta análise estendeu-se ao UEFA EURO 2004™ e ao UEFA WOMEN'S EURO 2005™, o que deu ao comité a oportunidade para descobrir se as mulheres futebolistas eram ou não mais propensas a lesões do que os homens e se o tipo de mazelas era diferente entre os dois sexos.

Riscos mais elevados
O professor Jan Ekstrand, vice-presidente do comité, apresentou as descobertas a treinadores e dirigentes durante a 5ª Conferência do Futebol Feminino, em Oslo. "Se olharmos para o número de lesões, constatamos que existe um total semelhante entre os Europeus masculinos e femininos", disse. "Em ambas as competições houve um maior risco de lesão durante a fase de grupos do que nas fases a eliminar, um facto mais acentuado entre as mulheres".

Especulação
Ekstrand descobriu que "13 das 15 lesões contraídas afectaram equipas que não conseguiram seguir em frente até às meias-finais" - números que foram mais alvo de especulação do que de interpretação. O especialista, de 61 anos, falou sobre as possíveis causas desta discrepância: "Como médico da selecção nacional sueca, constatei que o risco de lesões era duas vezes mais elevado em jogos que perdemos do que em encontros que ganhámos, uma vez que as lesões têm, igualmente, um efeito sobre as tácticas - os planos podem, obviamente, cair por terra - e os resultados".

Arranjar desculpas?
"Talvez atiremos as culpas para as lesões quando perdemos para evitar problemas. Ou então, algumas equipas têm bons suplentes e não necessitam de correr riscos. Algumas formações possuem jogadores mais técnicos, que são desarmados menos vezes e evitam colisões. A boa condição física poderá também ser uma razão, uma vez que o risco aumenta quando o cansaço atinge um atleta, que perde a sua concentração. O consumo de líquidos pode também ser importante, uma vez que uma boa hidratação melhora a performance".

Constatação importante
Apenas três das lesões sofridas no Europeu feminino foram consideradas graves, ou seja, paragens de um mês. Ekstrand descobriu também que o risco de "contrair lesões" foi mais elevado em Portugal do que em Inglaterra. Talvez a constatação mais importante foi a de que as mulheres têm muito mais probabilidades de sofrer contusões (golpes que causam inchaço e sangramento) do que fracturas, sendo que o oposto se aplica aos homens.

"Fair play" feminino
O professor explicou: "A razão é encontrada numa fórmula simples que aprendemos na escola: a energia é igual à massa multiplicada pelo quadrado da velocidade. Os jogadores com um maior peso corporal e velocidade criam, desta forma, mais energia, o que provoca fracturas. Menos energia leva às contusões". Ekstrand constatou, igualmente, que existem menos lesões por contacto no futebol feminino do que no masculino, facto que relacionou com o "fair play".

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