O UEFA.com funciona melhor noutros browsers
Para a melhor experiência possível recomendamos a utilização do Chrome, Firefox ou Microsoft Edge.

Del Bosque reflecte sobre "vitória histórica"

Vicente del Bosque disse que esta é uma "grande era para o futebol espanhol", depois de a sua equipa ter mantido a Taça Henri Delaunay, graças a uma vitória concludente sobre a Itália.

A Espanha festeja em Kiev
A Espanha festeja em Kiev ©Getty Images

Vicente del Bosque tornou-se no primeiro treinador a completar, este domingo, o "hat-trick" de troféus, composto por UEFA Champions League, Campeonato do Mundo e Campeonato da Europa, mas recusa deleitar-se com feitos pessoais.

"Esta é uma grande era para o futebol espanhol", disse Del Bosque, que prestou tributo aos seus jogadores depois de uma exibição "extraordinária", mas também deixou uma palavra de apreço para a Itália, uma equipa que, disse, teve tudo menos sorte. O seu homólogo, Cesare Prandelli, parecendo tão cansado quanto os seus jogadores, admitiu que vai ter "um enorme sentimento de desilusão" quando se despedir da Ucrânia, mas sai satisfeito com um torneio onde os "azzurri" atingiram nota oito em dez.

Vicente del Bosque, seleccionador da Espanha
Antes de analisar o que quer que seja, gostaria de dizer que, às vezes, toda a gente perde. A Itália realizou um grande torneio, mas foi penalizada pela lesão de Thiago Motta [que a deixou reduzida a dez jogadores nos últimos 28 minutos], que efectivamente sentenciou o jogo para ela. Jogámos bem, marcámos o primeiro golo e apesar de a Itália ter respondido bem, nós reagimos e fizemos o segundo. O nosso sucesso é histórico, mas temos que começar a pensar no futuro, e na fase de qualificação para a competição no Brasil.

Esta é uma grande geração de jogadores. Têm raízes e sabem como jogar porque são oriundos de um país que sabe como o fazer. Temos um conjunto notável de rapazes, alguns alinham no estrangeiro – algo que antes não acontecia. Esta é uma grande era para o futebol espanhol. Depois de Viena [e da final do UEFA EURO 2008], Luis Aragonés, o treinador da altura, mostrou-nos o caminho, a direcção a seguir. Mas temos pela frente outros desafios, a qualificação para o Mundial, e depois a Taça das Confederações onde, em representação da Europa, queremos ter uma boa prestação.

Fizemos um jogo extraordinário mas não subestimámos a Itália – eles simplesmente não tiveram sorte. Esta noite tudo nos correu bem. A Itália teve um jogador a menos, um dia de descanso a menos e tentou tudo ao longo do jogo, mas não conseguiu reentrar na discussão do resultado. Jogámos o nosso próprio jogo e tivemos fé naquilo que conseguimos ao longo dos anos. Falei com o Rei [Juan Carlos] e o seu filho, e disseram que nos querem ver amanhã. Esta é uma grande altura para todo o povo espanhol.

Cesare Prandelli, seleccionador da Itália
O nosso único lamento é termos estado tão cansados. Tínhamos pela frente uma grande equipa, a campeã mundial, e assim que ficámos reduzidos a dez jogadores, a partida acabou. Tivemos algumas oportunidades no início da segunda parte, mas não aproveitámos e quando o Thiago Motta saiu, já não era possível corrigir nada. Quando atacámos, revelámos dificuldades em recuar e na cobertura defensiva.

Penso que realizámos um Campeonato da Europa sensacional, e o nosso único lamento é não termos tido mais alguns dias de descanso antes deste jogo. Defrontámos a Espanha na fase de grupos e penso que fomos excelentes nessa altura – porque estávamos a 100 por cento. Frente a uma equipa como a Espanha é preciso estar ao melhor nível, prontos para os duelos individuais, e hoje isso não aconteceu. Há que dar mérito à Espanha. Fez história esta noite e mereceu o sucesso alcançado. Pode não jogar com um avançado fixo, mas ainda assim consegue causar muitos problemas.

Daria oito, numa escala de zero a dez, ao nosso desempenho no torneio. Fizemos parte de um grupo complicado e realizámos alguns bons jogos; apenas tivemos dificuldades em recuperar a condição física. A Itália mostrou um espírito de equipa fantástico, mostrou que pode praticar futebol ofensivo, mostrou que não é preciso criticar as pessoas, mostrou que se pode perder com dignidade e que consegue reagir a situações difíceis.

Nunca podemos ficar satisfeitos com a derrota; queremos sempre vencer. Mas à medida que o jogo caminhava para o fim, mais eu reflectia sobre como jogámos bem. Quando sobrevoarmos Kiev e virmos as luzes do estádio, terei um enorme sentimento de desilusão, mas saio daqui orgulhoso.