Marca motivado frente ao Dínamo

O treinador português Tiago Polido quer oferecer "um presente" ao guarda-redes ausente Alexandre Feller, quando defrontar nas meias-finais da Taça UEFA Futsal os laureados MFK Dinamo Moskva e Faustino Pérez.

Se o Dínamo não pode contar com o influente Pula, autor do golo que deu a vitória na prova em 2007, devido a suspensão (e tem Vinicius, Fernandinho e Alexey Popov em risco de falharem o encontro seguinte), o Marca não poderá ter esta sexta-feira o experiente guarda-redes Alexandre Feller, de 40 anos, ausente devido a problemas pessoais (Carlos Chilavert, Wellington, Vinicius e Wilhem não jogam a partida seguinte caso sejam admoestados).

“É muito difícil para nós mas muito mais para ele, depois de uma carreira tão longa, não estar presente numa competição como esta”, revelou o técnico sobre o guardião, influente graças à experiência e personalidade. “Vamos querer oferecer-lhe uma prenda. Este ano tem sido complicado, embora muito bom. Passámos por muitas dificuldades, fizemos tantos sacrifícios. É mais um motivo de motivação, mas penso que a este nível não são as motivações interiores que te motivam a jogar estes jogos, são as intrínsecas, a dos campeões, o carácter. Esta é uma oportunidade que acontece uma vez na vida e essa deve ser a motivação. E, claro, queremos presentear alguma coisa a uma pessoa a quem queremos tanto."

Duplo vencedor da Taça UEFA Futsal pelo Playas de Castellón FS, em 2002 e 2003, o experiente Pérez encara a presença no certame deste ano como um começo. “Estou muito contente por voltar a Espanha e ainda para mais para uma prova como esta”, começou por dizer o técnico espanhol, cuja formação está presente pela sexta vez nesta fase decisiva do evento. “Parto do zero, a minha experiência vem do tempo do preto e branco, há muitos anos. Dá-me a sensação de que sou novo na prova e é isso que trato de transmitir aos meus jogadores. Enfrento esta ‘final four’ como se fosse a primeira. Além disso, penso que é das mais fortes e disputadas dos últimos anos.”

Campeão em 2007, em Múrcia, o Dínamo conta com jogadores como Cirilo, Fernandinho, Aleksander Fukin e Vinicius, campeão mundial pelo Brasil em 2008. Pérez esteve à frente de várias equipas espanholas antes de rumar ao Brasov (Bulgária) e, mais tarde, em 2010, ao clube de Moscovo. No entanto, rejeitou qualquer favoritismo no duelo com o jovem Polido, de 32 anos.

“Queremos ser uma equipa humilde, não queremos utilizar essa experiência a não ser como motivação para estar de volta depois de muito tempo e desfrutar deste jogo fazendo as coisas bem", afirmou, antes de acrescentar: "É muito bom o Barça estar a este nível. Estou muito contente pelo clube, fez um enorme investimento, não só económico, mas também em termos de conquista. Podia ter desistido, mas esse trabalho deu frutos no final."

Novato nestas andanças, Polido, treinador que em solo pátrio apenas liderou a Associação Académica da UTAD e que ingressou no emblema de Itália em 2010, pretende aproveitar ao máximo a ocasião, isto após ter afastado na Ronda de Elite o ADS Città di Montesilvano C/5, detentor do troféu. “A idade não conta", disse. Viemos aqui com o desejo de fazer as coisas bem, participar, competir e deixar uma boa imagem. Isso é o fundamental. Mas num momento de dificuldade, quem tem mais experiência tem vantagem de conseguir controlar melhor o jogo.”

Polido continuou: “Para nós é uma alegria enorme estar entre estas quatro equipas. Conquistámos a oportunidade de estar presente neste evento dentro do campo, mas não podemos ficar satisfeitos apenas por estar aqui. Queremos demonstrar que o facto de o Montesilvano ter ganho a Taça UEFA Futsal no ano passado aconteceu porque o campeonato italiano melhorou a nível competitivo.”

"Nestes jogos vence quem falha menos. Vamos tentar fazer isso porque sabemos que eles têm uma qualidade incrível – disputam um campeonato muito competitivo e têm jogadores muito experientes, que jogam nas selecções. Vamos tentar pôr o Dínamo em dificuldade, quando não o conseguirmos seremos uma equipa humilde. Nestas provas, mais que tudo, não se trata da táctica, mas a nível emocional que se vence.”