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Ricardinho aponta à Taça UEFA Futsal em 2017

Ricardinho faz o balanço de um 2016 em que chegou a sonhar com a final do Mundial e olha para 2017, ano em que quer vencer a Taça UEFA Futsal e em que espera ver mais jogadores portugueses a saltarem para a ribalta.

Ricardinho aponta à Taça UEFA Futsal em 2017
Ricardinho aponta à Taça UEFA Futsal em 2017 ©Sportsfile

O ano de 2016 foi repleto de competições a nível de selecções no futsal, com Portugal a chegar aos quartos-de-final do UEFA Futsal Euro 2016 e às meias-finais do Campeonato do Mundo de Futsal de 2016. O português Ricardinho, do Inter FS, falou connosco do ano que passou e dos seus objectivos para 2017, onde a sua equipa jogará a fase final da Taça UEFA Futsal,na qual poderá encontrar o Sporting Clube de Portugal.

UEFA.com: O Inter apurou-se para a fase final da Taça UEFA Futsal ao terminar no primeiro lugar do seu grupo na ronda de elite. Como correu essa etapa da competição?

Ricardinho: Sabíamos que ia ser difícil, primeiro porque nunca é fácil jogar fora de casa e, segundo, porque pela frente tivemos adversários muito fortes. Ficámos surpreendidos com o nível físico e com a qualidade da equipa checa, pensávamos que iria ser mais fácil. Depois, frente ao adversário seguinte, da Sérvia, fizemos um grande jogo. E, para fechar, defrontámos a equipa da casa, que também lutava pela passagem à fase final. Sabíamos que tinham jogadores com qualidade. Sofremos um pouco, mas garantimos o apuramento. Há no nosso clube um desejo imenso de vencer esta competição.

UEFA.com: A  fase final vai ser jogada em Almaty, onde o Inter estará ao lado de Kairat, Ugra e Sporting. Certamente, não vai ser fácil…

O Inter perdeu a final da Taça UEFA Futsal para o Ugra em 2016
O Inter perdeu a final da Taça UEFA Futsal para o Ugra em 2016©Sportsfile

Ricardinho: Vai ser duro, mas vai ser espectacular. É uma competição fantástica de jogar. Tratam-se de três equipas com estilos muito diferentes. Uma joga frequentemente com o guarda-redes avançado (o Kairat), outra joga muito com o pivô (o Ugra) e a outra tem vários estrangeiros de grande qualidade (o Sporting). Creio que são três equipas bem distintas, mas todas com muita qualidade.

UEFA.com: Imagino que o desejo de se desforrarem seja grande, depois de não terem conseguido erguer o troféu no ano passado, em Guadalajara…

Ricardinho: Essa final foi muito equilibrada e não tivemos a sorte do nosso lado. O Ugra esteve muito bem, usou as suas armas da melhor maneira. Nós tínhamos três jogadores lesionados, a jogarem a 50 por cento, mas isso não é desculpa. Estávamos a jogar perante os nossos adeptos, demos tudo o que tínhamos, mas não conseguimos vencer. Há que felicitar o Ugra, que esteve muito bem. Não temos de pensar em desforra. Há que trabalhar para termos uma boa prestação nesta fase final. Espero que o Kairat seja capaz de mobilizar toda a cidade de Almaty para que o pavilhão esteja cheio.

UEFA.com: Como se sente em Madrid?

Ricardinho: Estou muito contente. Primeiro, porque estou a jogar sem lesões. Segundo, porque estou na melhor Liga do mundo, que é a espanhola. E, terceiro, porque estou na melhor equipa do mundo, que é o Inter. Tudo me corre bem. Levo três títulos de campeão espanhol em três anos e ajudei o clube a dar a volta a um ciclo menos bom de cinco anos. Estou a contribuir para o crescimento do clube e eu estou a crescer juntamente com ele. O mais importante é poder jogar sempre com um sorriso nos lábios.

UEFA.com: 2016 foi um ano repleto de competições de selecções, com o Mundial e o Europeu. E, uma vez mais, Portugal voltou a ficar às portas da glória sem conseguir, contudo, conquistar nenhum troféu…

Ricardinho: Penso que o que se passou no Mundial foi muito estranho. Não acredito que o Brasil volte a cair nuns quartos-de-final e que a Espanha também seja eliminada… Creio que essas duas grandes selecções vão continuar sempre a estar por cima das outras. Nós estamos entre as outras, queremos melhorar e tentar uma surpresa, como fez a Argentina, que esteve muito bem. Mas os jogadores de Portugal têm de sair mais do país, porque estão demasiado acomodados.

UEFA.com: Sentiram que o título estava ao vosso alcance na Colômbia?

Ricardinho voltou a sofrer um par de desilusões ao serviço da selecção de Portugal
Ricardinho voltou a sofrer um par de desilusões ao serviço da selecção de Portugal©Getty Images

Ricardinho: Sim, sentimos isso, claro. Eu já nos imaginava na final. Mas pagámos caro a inexperiência de alguns jogadores mais jovens. Foi duro, depois de chegarmos até ali. Se outros jogadores começarem a sair para outras Ligas, então atingiremos um nível superior.

UEFA.com: Nesse sentido, acredita que pode ser um exemplo para os jogadores portugueses mais jovens?

Ricardinho: Digo sempre o mesmo: sou uma pessoa que gosta de arriscar. Quando fui para o Japão disse-se muita coisa, mas a verdade é que depois estive num nível muito alto no Mundial da Tailândia, mesmo estando a jogar numa Liga mais fraca. O conselho que dou aos mais jovens é que têm de jogar com mais carácter. E, para isso, têm de sair, competir noutras Ligas, tentar melhorar… Não vale de nada permanecerem no Benfica ou no Sporting. Há que ter coragem. Se mais jogadores portugueses saírem para outras Ligas, como a espanhola, o nível do futsal luso melhorará bastante.

UEFA.com: No Europeu de Belgrado marcou dois golos que deixaram o mundo de boca aberta: um contra a Sérvia e outro contra a Espanha. Como é que lhe saem aquelas coisas em campo?

Ricardinho: Essas coisas saem-me em campo porque as trabalho bastante nos treinos, não é improvisado. São aspectos que me permitem ter mais algumas opções. Mas não basta saber fazê-lo, há que ter coragem para o fazer num EURO ou num Mundial, frente aos melhores. Quando cheguei ao hotel tinha as minhas redes sociais em baixo de tantas mensagens. Só aí me dei conta do que tinha feito. Procuro ajudar o futsal a crescer.

Há um ano tinha 10 mil seguidores, agora tenho quase meio milhão. Há que continuar a fazer estas coisas. Há que recuperar a magia dos jogadores de rua, com coragem para fazer coisas dessas. Conheço muitos jogadores capazes de fazer aquilo, com qualidade técnica para o fazerem. Pergunto-me porque não o tentam fazer em campo. Essa coragem faz falta ao futsal.

UEFA.com: O que espera de 2017?

Ricardinho: Para mim e para os meus colegas, primeiro que tudo, peço que não haja lesões. Si perdermos um ou outro jogo não faz mal, o desporto é assim. Mas que pelo menos não tenhamos lesões, de forma a podermos desfrutar em campo. A nível individual quero ajudar ainda mais a minha equipa e continuar a desfrutar em campo como uma criança, com um sorriso nos lábios. Quero voltar a ganhar a Liga espanhola e conquistar também a Taça UEFA Futsal seria a cereja no topo do bolo.

Ricardinho fez magia em Belgrado
Outra obra de arte de Ricardinho

 

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